A produção industrial caiu 0,3% em janeiro ante dezembro, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã de quinta-feira, 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 2,0% a alta de 1,2%, mas ficou abaixo da mediana, que era negativa em 0,1%.
Em relação a janeiro de 2022, a produção industrial subiu 0,3%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um recuo de 1,1% a alta de 2,7%, com mediana positiva de 1,4%. No acumulado do ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior, a indústria teve uma alta de 0,3%. Em 12 meses, a produção acumula recuo de 0,2%.
Em janeiro, a indústria brasileira ainda operava 18,8% aquém do pico alcançado em maio de 2011. Na categoria de bens de capital, a produção está 31,4% abaixo do pico registrado em abril de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operam 37,9% abaixo do ápice de março de 2011.
Os bens intermediários estão 17,1% aquém do auge de maio de 2011, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 15,0% inferior ao pico de junho de 2013.
O recuo foi resultado de perdas em 11 dos 25 ramos pesquisados. As principais influências negativas partiram das quedas em produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-13,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,0%), produtos alimentícios (-2,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,5%).
Outras perdas relevantes ocorreram em produtos químicos (-1,3%), produtos de metal (-2,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,2%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,5%) e celulose, papel e produtos de papel (-1,3%).
Na direção oposta, entre as 14 atividades em crescimento, os destaques foram as indústrias extrativas (com expansão de 1,8%, após uma perda acumulada de 7,7% nos dois meses anteriores de quedas), seguidas por produtos diversos (9,2%), produtos de borracha e de material plástico (1,6%) e produtos de minerais não metálicos (2,1%).
De acordo com o IBGE, a elevação de 0,3% na produção industrial em janeiro de 2023 ante janeiro de 2022 foi decorrente de avanços em nove dos 25 ramos industriais investigados na Pesquisa Industrial Mensal.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a alta na indústria nesse tipo de comparação foi impulsionada pela base de comparação depreciada e pelo efeito calendário, uma vez que o mês de janeiro de 2023 teve um dia útil a mais que janeiro de 2022.
As principais contribuições positivas partiram de produtos alimentícios (4,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (34,1%), indústrias extrativas (2,0%) e outros equipamentos de transporte (27,0%). Houve expansão relevante também em produtos de borracha e de material plástico (5,6%), bebidas (4,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,2%) e móveis (9,2%).
Na direção oposta, entre as 16 atividades que tiveram redução, as maiores influências negativas foram de minerais não metálicos (-10,6%), produtos de madeira (-21,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,6%) exerceram as maiores influências.
Outros impactos negativos importantes partiram de produtos químicos (-2,6%), metalurgia (-3,4%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-8,5%), impressão e reprodução de gravações (-21,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,5%).
O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, ficou em 47,1% em janeiro.
A reformulação da pesquisa interrompeu a série histórica do índice de difusão da Pesquisa Industrial Mensal. A série antiga, encerrada em dezembro de 2022, vinha de 16 meses seguidos com predomínio de produtos com queda na produção. Em janeiro, com a nova cesta de produtos, também permanece a lógica de uma maioria de itens investigados com queda na produção, frisou André Macedo.