Economia
Inundação

Produção de veículos caiu 26,8% em maio

Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram produzidas 166,7 mil unidades, o que representa um recuo de 24,9% frente ao volume de abril.

Compartilhe:
08 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Produção de veículos caiu 26,8% em maio
Com o resultado do mês passado, a produção acumulada desde o início do ano chega a 926,8 mil veículos

A produção de veículos caiu 26,8% no mês passado, frente a maio de 2023, conforme balanço divulgado na sexta-feira, 7, pela Anfavea, a associação que representa as montadoras. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram produzidas 166,7 mil unidades, o que representa um recuo de 24,9% frente ao volume de abril.

Com o resultado do mês passado, a produção acumulada desde o início do ano chega a 926,8 mil veículos, 1,7% abaixo do total produzido nos cinco primeiros meses de 2023.

O desempenho no mês foi afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que paralisaram por 12 dias a fábrica da General Motors (GM) em Gravataí, onde é produzido o Onix, um dos carros mais vendidos do País.

A interrupção no fornecimento de peças produzidas no Estado também levou a Volkswagen a suspender nas duas últimas semanas do mês a produção de automóveis em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e Taubaté, interior paulista.

Houve também impacto nas vendas, já que o Rio Grande do Sul representa em torno de 5% do mercado de carros. Com o fechamento de concessionárias em regiões que sofreram as inundações, as vendas de veículos no País recuaram 12% na passagem de abril para maio.

Ainda assim, os 194,3 mil veículos vendidos no mês passado superaram em 10% o volume de maio de 2023. No acumulado desde janeiro, o crescimento frente a igual período do ano passado agora está em 14,9%, com 929,7 mil unidades emplacadas nos cinco primeiros meses.

As exportações, por outro lado, não mostram reação, somando 26,8 mil veículos em maio, 41,4% abaixo do mesmo mês de 2023. Na margem – ou seja, de um mês para o outro – os embarques caíram 2,1%.

De janeiro a maio, 136,3 mil veículos foram exportados, o que corresponde a um recuo de 29,7%, sendo que nos últimos meses o desempenho também foi prejudicado pela demora nas licenças de embarque, dada a operação-padrão de servidores do Ibama e de auditores fiscais agropecuários.
O balanço da Anfavea mostra ainda que 1.294 vagas de trabalho foram abertas no mês passado nas montadoras, que empregam 103 299 pessoas.

As enchentes no Rio Grande do Sul fizeram com que cerca de 12 mil unidades de veículos deixassem de ser produzidas no mês de maio, calcula a Anfavea, associação que representa as montadoras.

Além do efeito do Rio Grande do Sul, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite destacou que as paralisações de algumas montadoras, somada a operação-padrão dos servidores do Ibama, ajudaram a puxar para baixo a produção no mês em cerca de 28 mil unidades.

Na passagem de abril para maio, o número de emplacamentos de veículos diminuiu de 220,8 mil unidades para 194,3 mil. Do total dessa redução, as enchentes no Rio Grande do Sul no período responderam por cerca de 6,5 mil unidades a menos emplacadas, nos cálculos da Anfavea.

Na coletiva, Leite destacou que, devido a sazonalidade, o mês de maio já é tradicionalmente mais fraco do que abril no emplacamento de veículos. “Se fosse só pela sazonalidade, a diminuição dos emplacamentos era para ser de cerca de 14 mil unidades, mas, além do efeito do Rio Grande do Sul, tivemos um feriado no final do mês, que é justamente um período que costuma ser positivo para os licenciamentos”, detalhou.

O presidente da Anfavea pontuou ainda que, mesmo com os efeitos das enchentes, a média diária de emplacamento de veículos atingiu 9.250 unidades no mês passado, a melhor marca para um mês de maio desde 2019.

Na avaliação de Leite, já era esperado que houvesse algum impacto negativo das enchentes sobre a produção e licenciamento de veículos no País, mas que “ainda é cedo” para fazer qualquer revisão nas projeções da Anfavea para 2024.