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Presidente do BCE sinaliza outra alta de 50 pontos-base nos juros

Lagarde voltou a afirmar que o BCE adotará suas decisões sobre os juros a cada reunião, a depender do quadro econômico.

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27 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Presidente do BCE sinaliza outra alta de 50 pontos-base nos juros
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que “há todo motivo para acreditar que faremos outra alta de 50 pontos-base (pb) em março” nos juros na zona do euro. “Depois disso, veremos. Nós somos dependentes dos indicadores”, considerou, durante entrevista ao jornal indiano The Economic Times, reproduzida no site da instituição.

Ela voltou a afirmar que o BCE adotará suas decisões sobre os juros a cada reunião, a depender do quadro econômico. Também reafirmou que “faremos mais altas se necessário para retornar inflação à nossa meta de 2% de maneira oportuna”, enfatizando que isso precisa ocorrer “de modo sustentável”.

A presidente do BCE disse que não tem um cronograma fechado para quando a inflação retornará à meta, acrescentando que há apenas “um objetivo”. “Temos de elevar os juros para um nível que seja suficientemente restritivo para a inflação retornar a 2%”, e “manter os juros lá o tempo necessário para ter confiança de que a inflação retorne” à meta, acrescentou.

Ela lembrou que “inevitavelmente” as altas nos juros prejudicam a demanda, mas disse que o BCE tenta de fato ajustar o quadro na demanda.

Christine Lagarde ainda comentou que “o princípio geral na circunstância atual é que a política fiscal e monetária não trabalhe com propósitos contraditórios”.

Segundo ela, caso a política fiscal seja muito expandida, com muito estímulo, a monetária terá de ser mais apertada do que em outro cenário. “Portanto, é preciso haver uma boa coordenação”, recomendou.

Segundo dados publicados na segunda-feira, 27, pela Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (EU), o índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, recuou marginalmente entre janeiro e fevereiro, de 99,8 para 99,7 pontos.

A leitura de janeiro foi revisada para baixo, de 99,9 pontos originalmente. O resultado de fevereiro frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam avanço do índice a 100,9 pontos.

Apenas a confiança do consumidor recuou de -20,7 pontos em janeiro para -19 pontos em fevereiro, confirmando estimativa preliminar, enquanto a da indústria diminuiu de 1,2 para 0,5 ponto no mesmo período, vindo bem abaixo do consenso de 1,6 ponto do mercado, e a de serviços caiu de 10,4 para 9,5 pontos.