Economia
Setor naval

Prates rebate acusação sobre demora na entrega de projetos

Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras, compartilhou em uma plataforma online de publicações um balanço da sua gestão.

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30 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Prates rebate acusação sobre demora na entrega de projetos
O presidente da Petrobras, Jean Paul Terra Prates

Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras, compartilhou em uma plataforma online de publicações um balanço da sua gestão. O objetivo foi agradecer o período na empresa e rebater críticas que vêm sendo feitas em relação ao que seria sua demora para impulsionar, principalmente, a indústria naval e o setor de fertilizantes. Sob o título “Obrigado”, Prates afirma que continua apoiando o governo Lula e que enviou “votos de sucesso” para a substituta, Magda Chambriard. O executivo está em quarentena.

“Fizemos o que era correto e responsável fazer: começar pelo mapeamento e tratamento do que já existe, antes de prometer o impossível”, disse Partes, que ficou 15 meses no cargo.

No segmento naval, Prates diz que entregou ao governo federal o levantamento detalhado de toda a demanda naval/offshore da Petrobras, e sugestões de medidas regulatórias, legais e fiscais para estimular o setor. Ao setor privado, a estatal entregou um mapeamento dos estaleiros brasileiros às entidades representativas, Sinaval e IBP.

“Quanto aos fertilizantes, também cuidamos prioritariamente de viabilizar a preservação e (re)operação dos ativos já em portfólio: as plantas arrendadas (BA e SE), a Ansa (PR) e a UFN-3 (MS) estão hoje com seus retornos integralmente solucionados”, afirmou. “São dois setores que demandarão agora, ao invés de intriga e desinformação, esforços governamentais sérios para que arranquem da posição destravada em que deixamos quando se abreviou nossa missão”, destacou.

Ele acrescentou que deixou viabilizado um plano quinquenal de investimento de R$ 500 bilhões, e também encaminhou a descarbonização/transição energética.

“Conseguimos implementar uma nova política de preços (“abrasileirados”) sem comprometer a lucratividade desejável da nossa estatal, e, sobretudo, abraçamos as pessoas, com novos programas de saúde mental, políticas de acolhimento e de inclusão”, disse Prates.

O ex-presidente da estatal ressaltou também que, que sob sua gestão, a empresa cresceu 113% em valor (em dólar), bateu mais de 15 recordes operacionais e apresentou o melhor resultado da sua história de 70 anos – e sem vender ativos estratégicos.

“Mantivemos o respeito à atratividade tanto no valor das ações quanto na distribuição de dividendos: investidores hoje reconhecem que pode haver vantagens em ser sócios do Estado Brasileiro, desde que haja gestores profissionais, assertivos e responsáveis no comando”, afirmou Prates.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) voltou atrás e decidiu aguardar uma reunião com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, antes de realizar uma manifestação pública para cobrar as principais pautas da categoria petroleira, que ainda aguardam definição da diretoria da empresa.

A entidade havia programado uma manifestação para a porta da sede da Petrobras no Rio de Janeiro (Edisen) na quarta-feira, 29, mas decidiu aguardar o resultado da reunião com Magda, prevista para 11 de junho.

Os petroleiros aprovaram em assembleias, na semana passada, estado de greve e paralisações para pressionar os gestores da Petrobras, que estão dificultando o atendimento das pautas estruturais da categoria, que teve direitos abolidos nos governos Temer e Bolsonaro.

Em documento enviado na terça-feira à presidente da Petrobras, solicitando a reunião, a FUP destacou temas prioritários, tanto em relação ao resgate de direitos, quanto à reconstrução da estatal como empresa pública e integrada.

“A solução dos déficits estruturais do fundo de previdência e do plano de saúde, cuja conta está sendo imposta aos trabalhadores, é o primeiro ponto da pauta corporativa destacado no documento, assim como a anistia das punições e demissões políticas de petroleiros e dirigentes sindicais perseguidos pelos últimos governos”, informou a FUP em nota.

Ainda na mensagem enviada à Magda, a federação reitera a urgência da empresa assumir papel de relevância na indústria nacional e o protagonismo na reconstrução do Brasil e na transição energética justa.

“Sabemos que os desafios dessa luta são enormes, pois os interesses do capital financeiro de curto prazo têm contaminado a atuação da Petrobras. Nas gestões Temer e Bolsonaro, a empresa priorizou a remuneração do capital financeiro, se desfazendo de ativos para pagar altos dividendos aos grandes fundos de investimento nacionais e internacionais”, destacou o documento assinado pelo coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.