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Desastre natural

Portugal se prepara para novos incêndios florestais

A previsão da meteorologia e do clima para o verão europeu, que começa em 21 de junho, traça algumas preocupações.

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31 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Portugal se prepara para novos incêndios florestais
Portugal já se prepara para o que descreve como um “cenário complexo”.

A secretária de Estado da Proteção Civil, Patricia Gaspar, disse que Portugal está investindo em prevenção e “transformação de seu território” para que as florestas e matas se tornem um ativo de todos. 

A previsão da meteorologia e do clima para o verão europeu, que começa em 21 de junho, traça algumas preocupações. E Portugal já se prepara para o que descreve como um “cenário complexo”.  

Ela contou que as autoridades estão trabalhando com probabilidades de novos incêndios florestais.  “E, portanto, este ano, em concreto, para 2023, aquilo que nós sabemos, neste momento, é que todas as previsões – quer ao nível nacional, quer ao nível europeu e até internacional, apontam para um cenário complexo. Um cenário de previsões meteorológicas difíceis, que poderão proporcionar a ocorrência de incêndios com maior dimensão.” 

Patricia Gaspar esteve nas Nações Unidas, em Nova Iorque, para participar da reunião de Alto Nível sobre o Marco de Sendai para a Redução de Desastres.  Segundo ela, este é um momento de prevenção. E Portugal já vem fazendo o “dever de casa”, há vários anos, para transformar o território.   

A secretária de Estado explica como o Novo Sistema Integrado de Fogos Rurais, desde 2017, foca em valorizar os espaços florestais. 

“A mudança que nós queremos operar aqui é uma mudança profunda que tem a ver com repensarmos, de facto, o nosso território. Voltar a valorizar o patrimônio florestal que é um ativo que não tem preço. Quer ao nível ambiental, quer ao nível da biodiversidade, até em termos econômicos. E, portanto, nós temos que obrigatoriamente conseguir preservar este território.” 

Ao ser perguntada sobre a cooperação de Portugal com outros países lusófonos, especialmente após os ciclones que assolaram partes de Moçambique, a secretária Patricia Gaspar lembrou que a união é fundamental para combater os desastres porque nenhum país pode fazê-lo sozinho. 

“A grande vantagem e uma das grandes mais valias da proteção civil, e de toda essa área da redução do risco de catástrofe, é de que é uma área pacífica. É uma área geradora de consensos, geradora de união, com uma capacidade enorme de construir pontes e de agregar vontades. E isso é uma lição que nós aprendemos há muitos anos. E sabendo nós que estamos num cenário global, em que cada vez, temos uma maior probabilidade de termos ocorrências com maior dimensão, que não reconhecem fronteiras, a única forma que nós temos de garantir que conseguimos todos estar melhor preparados é apostar, cada vez mais, na cooperação. E nós estamos a fazer esse trabalho, sobretudo com os países de língua oficial portuguesa.” 

A secretária de Estado da Proteção Civil, Patricia Gaspar, também lembrou o ano de 2017, quando Portugal perdeu mais de 100 vidas por causa dos desastres naturais e fogos nas matas. 

A Declaração Política que resultou do encontro de alto nível, em 19 de maio, na sede da ONU, pediu mais ações aceleradas para investimentos na prevenção de desastres que coloquem as pessoas no centro de políticas e da implementação das medidas.