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Polícia Civil de São Paulo inaugura novas instalações de inteligência

No total, foram investidos pelo estado R$ 7,1 milhões nas instalações e compras de equipamentos, sendo R$ 5,4 milhões destinado às reformas das divisões e unidades do Dipol.

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18 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Polícia Civil de São Paulo inaugura novas instalações de inteligência
O evento aconteceu no Palácio da Polícia Civil, onde fica o departamento.

A Polícia Civil inaugurou na manhã de segunda-feira (18) a nova sede das divisões do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol), que passou por reformas. O evento aconteceu no Palácio da Polícia Civil, onde fica o departamento.

“Da nossa parte, aquilo que foi colocado como prioridade na nossa gestão está sendo cumprido, e essa inauguração é mais uma prova disso. A tecnologia que temos aqui, tanto a parte de interceptação telefônica quanto a de lavagem de dinheiro, vai traduzir um investimento em investigação e enfretamento eficazes ao crime organizado. Nós trabalhamos na quebra da cadeia logística, por isso as apreensões de drogas têm aumentado exponencialmente. Não vamos dar paz para o crime, por isso investimos cada vez mais em artifícios tecnológicos para prender estes criminosos”, destacou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

O departamento conta com as divisões de Operações de Inteligência Policial (Doip), de Comunicações da Polícia Civil (Dicom), o Centro de Comunicações e Operações da Polícia Civil (Cepol), o Serviço Técnico de Monitoramento Legal de Telecomunicações (Setel) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-Ld). Todos eles estavam funcionamento temporariamente em outro local, mas foram reinaugurados na nova sede reformada.

No total, foram investidos pelo estado R$ 7,1 milhões nas instalações e compras de equipamentos, sendo R$ 5,4 milhões destinado às reformas das divisões e unidades do Dipol. As obras duraram cerca de nove meses e terminaram em junho deste ano.

“Hoje (segunda) comemoramos não só a renovação física desse espaço, mas reafirmamos o compromisso com a segurança e a Justiça em nosso estado. Esse investimento eu traduzo como reconhecimento da importância e grandeza do trabalho de inteligência policial, que é essencial para garantir a segurança pública. A inteligência identifica ameaças, previne crimes e fornece suporte às investigações em curso, possibilitando também a adoção de estratégias mais eficazes e a identificação de tendências criminais”, ressaltou o delegado-geral, Artur Dian.

Além da melhoria nas instalações, todos os setores passaram por aprimoramento para garantir o sigilo das informações de inteligência do Dipol. O Cepol, por exemplo, também passou a ter radiocomunicação por videowall para dar apoio operacional com imagens. Já o Lab-Ld foi ampliado com a especificidade das análises, o que ajudou a distribuir melhor os serviços.

Um acordo firmado entre a Secretaria da Segurança Pública e a Justiça possibilitou que 118 condenados que descumpriram as medidas impostas pelo judiciário durante a saídas temporárias no Estado de São Paulo fossem presos. As detenções ocorreram em apenas cinco dias, de 12 a 16 de setembro.

Na prática, a parceria recente permite que os policiais tenham acesso nos dispositivos móveis das viaturas aos processos dos réus que cumprem a pena fora das prisões durante o período determinado. Com isso, os policias conseguem verificar durante a abordagem se as regras da saída temporária impostas pela Justiça estão sendo cumpridas, como, por exemplo, se o condenado está fora de casa em horário não permitido.

“O número, por si só, já mostra a eficiência do projeto inédito. Vamos combater diretamente a reinciência criminal, retirando das ruas condenados que, por ventura, possam cometer novamente algum tipo de crime. A população terá mais segurança com essa medida, já que se sente extremamente vulnerável durante todas as saídas temporárias, sensação comprovada pelos índices criminais do período”, ressalta Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública.

Na saída temporária de julho, quando a Secretaria da Segurança Pública determinou que todo detento que descumprisse tais regras fosse levado diretamente para a penitenciária pelas polícias, o número de furtos caiu de 14.972 para 11.920. Já os roubos caíram de 5.907 para 4.822, sempre comparados ao ano passado, sem a medida que prevê tolerância zero ao detento em saidinha.

Isso foi possível graças ao aceite da Secretaria de Administração Penitência. “Agora, com as informações sobre os detentos no tablet da viatura, a medida será ainda mais efetiva, pois rapidamente o policial irá identificar quem está sob o regime e tomar as atitudes cabíveis”, completa Derrite.

Antes, a comunicação entre a Polícia Militar e a Justiça sobre a captura de infratores desrespeitando medidas cautelares não era feita de forma direta, o que impossibilitava um monitoramento eficaz. Ou seja, caso fosse abordado, só era possível verificar sua condição junto à Justiça na delegacia.

Com o novo acordo, porém, o processo de checagem ganhou mais agilidade. No caso de um preso durante saída temporária abordado fora de casa no horário determinado, por exemplo, ele é levado diretamente à penitenciária.

O projeto se soma à outra recente e também inédita iniciativa para coibir a reincidência criminal e a violência doméstica. A pasta, em uma parceria firmada no começo deste mês com o Poder Judiciário, agora monitora, por determinação judicial, acusados liberados após audiências de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda.

Inicialmente, serão disponibilizadas pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), que também faz parte do acordo, 200 tornozeleiras. Até agora, 9 presos receberam o equipamento – cinco deles por violência doméstica.