A bancada de vereadores do PL recuou da intenção de disputar o comando da na Câmara Municipal de São Paulo em 2025 e afirmou na sexta-feira, 21, que apoiará o União Brasil na eleição para a Mesa Diretora da Casa. A mudança de posicionamento faz parte do acordo para a indicação de Ricardo de Mello Araújo (PL) como vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que tentará a reeleição em outubro.
Mello Araújo é uma indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e será confirmado como vice em uma agenda conjunta entre Nunes e o governador Tarcísio de Freitas.
O União Brasil era o único partido da base do emedebista ainda contrário à indicação de Mello, mas cedeu na quinta-feira, 20, após uma reunião entre o prefeito, o atual presidente do Legislativo municipal, Milton Leite (União), e o presidente nacional do partido, Antonio de Rueda (União). Embora a sigla ainda não tenha se manifestado oficialmente, o acordo enterrou a pré-candidatura do deputado federal Kim Kataguiri (União).
O União Brasil colocou como condição para aceitar Mello Araújo a garantia de que Milton Leite terá apoio para eleger um aliado como presidente da Casa no ano que vem. Na quinta-feira, o líder do PL, vereador Isac Félix, disse à reportagem que o partido apresentaria candidato próprio na eleição da Mesa Diretora em 2025 caso conseguisse ter a maior bancada. Ao comentar a pretensão do União, afirmou que “muita água ainda passaria debaixo desse viaduto”.
Menos de 24 horas depois, contudo, o PL municipal divulgou nota na qual afirma que houve acerto entre as duas legendas. “A bancada do PL está de acordo com a indicação do Coronel Mello Araújo para vice e informa que houve um acordo com o União Brasil, através do presidente da Câmara, Milton Leite, para que o PL caminhe junto com o União Brasil”, diz o texto.
“Em 2025 haverá o apoio do PL municipal para o União na eleição da mesa diretora na Câmara Municipal”, diz o texto. Essa união é feita para somar forças com o objetivo de reeleger o prefeito Ricardo Nunes”, conclui a nota.
Milton Leite preside a Câmara desde 2021. Para isso, alterou a Lei Orgânica duas vezes e acabou com o limite de reeleições. Ele declarou ao longo dos últimos meses que queria ser vice de Nunes e que não disputaria novo mandato como vereador caso isso não ocorresse.
O vereador tem feito campanha para Silvio Antonio Azevedo, o “Silvão Leite”, chefe de gabinete e presidente da escola de samba Estrela do Terceiro Milênio, e Silvio Ricardo Pereira dos Santos, o Silvinho, chefe de gabinete da subprefeitura de M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista. Milton Leite também tem demonstrado proximidade com o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que atualmente é corregedor da Câmara Municipal.
Segundo relatos de parlamentares, o União Brasil também cobrou que o PL e o MDB apoiem o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA) para suceder o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Oficialmente, Ricardo Nunes nega que o assunto tenha sido debatido.
Outros partidos aliados de Nunes, como o PSD e o Republicanos, também têm candidatos a presidente da Câmara dos Deputados: Antônio Brito (PSD-BA), nome mais ligado ao governo, e Marcos Pereira (Republicanos-SP), este último presidente do partido do governador Tarcísio de Freitas.