Mundo
Revisão

PIB dos EUA cresceu a ritmo anualizado de 2,7% no 4º trimestre

O resultado do PIB ficou abaixo da estimativa inicial e da projeção de analistas consultados, de alta de 2,9% em ambos os casos.

Compartilhe:
23 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
PIB dos EUA cresceu a ritmo anualizado de 2,7% no 4º trimestre
No terceiro trimestre, o PIB norte-americano havia mostrado expansão anualizada de 3,2%.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu ao ritmo anualizado de 2,7% no quarto trimestre de 2022, de acordo com revisão divulgada na quinta-feira, 23, pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou abaixo da estimativa inicial e da projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de alta de 2,9% em ambos os casos.

No terceiro trimestre, o PIB norte-americano havia mostrado expansão anualizada de 3,2%. Em todo o ano de 2022, o PIB real dos EUA avançou 2,1% ante 2021, como havia sido estimado preliminarmente.

O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 3,7% no quarto trimestre, enquanto o núcleo do PCE avançou 4,3%. Na primeira leitura, as altas do PCE e do núcleo haviam sido estimadas em 3,2% e 3,9%, respectivamente. O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o banco central dos EUA.

Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram 3 mil na semana encerrada no dia 18, para 192 mil. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam 197 mil. O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 194 mil a 195 mil.

Já o número de pedidos continuados teve queda de 37 mil na semana encerrada em 11 de fevereiro, a 1,654 milhão. Esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.

O índice de atividade nacional dos Estados Unidos, elaborado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, subiu a 0,23 em janeiro. O resultado de dezembro foi revisado de -0,49 para -0,46. Já a média móvel trimestral do índice registrou um avanço de -0,34 para -0,26 no mesmo período, informou o Fed de Chicago.

O Fed divulgou um comunicado que aborda riscos de liquidez associados a vulnerabilidade dos mercados de criptoativos, direcionado a entidades bancárias do país. O banco cita alguns exemplos de como esse risco é aumentado pela natureza volátil dos criptoativos e, portanto, recomenda as instituições que “monitorem ativamente os riscos de liquidez inerentes a tais fontes de financiamento”.

No mesmo comunicado, o Fed dá alguns exemplos direcionados de como os bancos podem monitorar criptoativos de maneira mais eficaz.

Algumas das sugestões incluem a realização de testes de estresse de liquidez, monitoramento de entidades relacionadas a criptoativos que estabeleçam contas de depósito e avaliar a concentração, ou interconexão, entre esses depósitos e as entidades e como que isso pode implicar em maior ou menor risco.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que seu conselho executivo discutiu em 8 de fevereiro um paper sobre elementos para políticas eficazes para os criptoativos. Segundo a entidade, a intenção é fornecer diretrizes para que os países possam adotar “política apropriada” para lidar com esses ativos.

O FMI lembra que há um esforço entre autoridades para estabelecer políticas eficazes para lidar com os criptoativos, em meio a algumas falências no setor e ao colapso de certos criptoativos. O Fundo defende que se faça algo para lidar com a situação e menciona elementos que considera importantes para se desenvolver uma resposta “abrangente, consistente e coordenada” ao tema.

Entre as prioridades estão “salvaguardar a soberania monetária e fortalecer marcos da política monetária”, sem tornar os criptoativos uma moeda oficial ou legal. Também é sugerido que se evite a volatilidade excessiva nos fluxos de capital e se mantenha a eficácia das medidas de gerenciamento de fluxo de capital. O FMI defende ainda que se analise os riscos fiscais e se adote um tratamento tributário “sem ambiguidades” em relação aos criptoativos, além de estabelecer certeza legal para os criptoativos e lidar com os riscos legais.

O FMI ainda nota que o paper recomenda que se desenvolvam requerimentos de monitoramento, prudenciais e de conduta para os atores nesse segmento. Também o estabelecimento de um marco de monitoramento conjunto entre diferentes agências e autoridades domésticas, bem como acordos de cooperação internacional para garantir a supervisão e a regulação.

O FMI cita ainda a importância de que sejam monitorados os impactos dos criptoativos sobre a estabilidade do sistema monetário internacional, enquanto se fortalece a cooperação para desenvolver infraestruturas digitais e soluções alternativas para pagamentos para além das fronteiras nacionais.

Segundo o FMI, a adoção dessas medidas pode ajudar a mitigar mais os riscos trazidos pelos criptoativos, enquanto se garantem os potenciais benefícios da inovação tecnológica associada a ele.

O comunicado diz ainda que os diretores executivos saudaram a oportunidade de discutir a questão, enfatizando sua importância, e também defenderam uma abordagem coordenada para lidar com ela.