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Desinflação

PIB do Reino Unido fica estável no 4º trimestre e evita recessão

Com o resultado, a economia do Reino Unido evitou uma recessão técnica, normalmente caracterizada por dois trimestres seguidos de contração.

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10 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
PIB do Reino Unido fica estável no 4º trimestre e evita recessão
No terceiro trimestre, o PIB do Reino Unido havia encolhido 0,2% ante os três meses anteriores. Crédito: Hannah Mckay / Reuters

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido ficou estável no quarto trimestre de 2022 ante o terceiro, segundo dados preliminares divulgados na sexta-feira, 10, pelo ONS, como é conhecido o órgão de estatísticas do país.

Com o resultado, a economia britânica evitou uma recessão técnica, normalmente caracterizada por dois trimestres seguidos de contração. No terceiro trimestre, o PIB britânico havia encolhido 0,2% ante os três meses anteriores. Na comparação anual, o PIB do Reino Unido mostrou expansão de 0,4% entre outubro e dezembro, informou o ONS.

Em 2022, o PIB do Reino Unido cresceu 4% em 2022, segundo o ONS. Apesar do avanço no ano passado, a economia britânica é a única do G-7 que continua abaixo de níveis anteriores à pandemia de covid-19.

A produção industrial do Reino Unido subiu 0,3% em dezembro ante novembro de 2022. O resultado superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 0,1% no período. Já na comparação anual, a produção industrial britânica sofreu contração de 4% em dezembro O consenso do WSJ, no entanto, apontava um declínio maior, de 5,3%. Apenas a produção manufatureira do Reino Unido ficou estável em dezembro ante novembro, mas encolheu 5,7% em relação a um ano antes.

Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schabel comentou na sexta-feira que “a desinflação ampla ainda não começou na zona do euro” e, portanto, o BCE continuará seguindo seu atual curso de aumento de juros “em tempo hábil para retornar a inflação à meta de 2%” e de uma forma que seja “durável”.

Durante uma sessão de perguntas e respostas com internautas via Twitter, ela afirmou que os juros mais altos são necessários para garantir a estabilidade de preços.

“Caso contrário, veríamos quedas ainda mais acentuadas nos salários reais e talvez precisemos aumentar ainda mais as taxas de juros”, explicou a economista.

Isabel Schnabel afirmou que o cenário de um “pouso suave”, é possível para a economia da zona do euro, isto é, o controle da inflação sem um impacto significativo na atividade, apesar de “não ser garantido”.
Ela também enfatizou que a inflação atual “não é causada por falhas em nossa estrutura”, novamente se referindo a choques globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, cujo início e o impacto que provocaria ninguém pôde antecipar.

Isabel Schnabel afirmou ainda que um eventual euro digital não substituiria o dinheiro físico, apenas complementaria. Segundo ela, mais detalhes sobre o projeto serão divulgados no outono do Hemisfério Norte, que começa em setembro. “Com uma moeda digital do banco central, o processo da criação de dinheiro continuará nos bancos”, comentou.

Ela acrescentou que o euro digital não será completamente anônimo, porque isso poderia facilitar o uso da moeda para fins ilegais, principalmente no caso de pagamentos grandes. “Garantir um alto grau de privacidade de dados pessoais e pagamentos será uma de nossas principais prioridades”, concluiu.