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Petrobras terá 47 projetos no novo PAC

Dentre os projetos, 90% dos investimentos previstos será voltado ao desenvolvimento de 19 novos sistemas de produção de petróleo e gás natural

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12 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Petrobras terá 47 projetos no novo PAC
O presidente da Petrobras Jean Paul Prates

A Petrobras terá 47 projetos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2023. A maior parte dos projetos está relacionada à exploração e produção de petróleo e gás, mas a lista também inclui aumento da capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e iniciativas para melhorar o escoamento do gás produzido na Bacia de Santos.

Dentre os projetos, 90% dos investimentos previstos será voltado ao desenvolvimento de 19 novos sistemas de produção de petróleo e gás natural, com a maior parte dos projetos nas bacias de Campos e Santos e dois voltados para o Sergipe.

Em relação às novas fronteiras exploratórias em desenvolvimento, estão incluídos no PAC nove poços exploratórios na Margem Equatorial – região que compreende a Foz do Amazonas e outras quatro bacias.

O pacote de projetos propostos da Petrobras no PAC também inclui iniciativas de escoamento da produção e aumento da disponibilidade de gás, com destaque para os projetos do Programa Integrado Rota 3 (total de 4), que irá permitir o escoamento do gás do pré-sal da Bacia de Santos, e o gasoduto de SEAP I e II, incluídos no projeto de SEAP I, para oferta do gás em Sergipe.

No refino, a Petrobras incluiu projetos para aumentar a capacidade de processamento da RNEST para 260 mil barris por dia, assim como projetos nas refinarias de Paulínia (REPLAN) e Henrique Lage (REVAP) para a produção do diesel S-10, de melhor qualidade, além de projetos de logística para o escoamento dos produtos.

A carteira inclui ainda projetos alinhados com a proposta de transição energética, entre eles uma unidade dedicada à produção de BioQAv e diesel Renovável, além de projetos de coprocessamento em outras unidades.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a companhia vai voltar a “lotar” os estaleiros nacionais, em referência à demanda por embarcações da expansão de seus negócios de óleo e gás nos próximos anos.

Prates fez um discurso de forte caráter político durante o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na sexta, no Rio, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de estado, no Rio de Janeiro.

“Vamos lotar os nossos estaleiros de novo”, afirmou, ao dizer que serão “pelo menos” 25 novos navios para a Petrobras à frete e 26 projetos de descomissionamento, que é o recolhimento, desmanche e tratamento de estruturas ligadas às atividades de óleo e gás da companhia, na maioria das vezes, offshore.

Prates também listou outras iniciativas da Petrobras, das empresas com participação estatal que mais tem projetos inscritos no novo programa federal. “A Petrobras tem obrigação como estatal de contribuir com o PAC”, disse Prates. Os projetos da companhia integram o montante total de investimentos de estatais previstos no PAC (R$ 343 bilhões), com R$ 323 bilhões previstos em 47 projetos, segundo Prates.

“Vamos entrar no mercado do óleo vegetal, seja biodiesel ou diesel R”, disse o presidente da Petrobras, garantindo que não haverá “briga” com produtores de biodiesel. A Petrobras desponta como fabricante de biocombustíveis de última geração, que podem, no futuro, compor mandatos dentro da mistura do diesel A.

Prates disse, ainda, que a Petrobras vai se “reconectar” com países vizinhos, em referência aos movimentos internacionais da empresa, por exemplo, na direção de Bolívia, Colômbia e Argentina. Na Bolívia, já disse o presidente da Petrobras, ele busca uma revisão de contratos de gás que viabilize a retomada de atividades de exploração e produção pela Petrobras. A Colômbia, por sua vez, guarda as mais recentes descobertas de óleo e gás da empresa no exterior.

Em discurso, Prates mencionou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, garantindo que a Petrobras vai voltar à exploração, mas com “muita responsabilidade ambiental”. Nos bastidores, os dois estão em lados opostos com relação às atividades exploratórias de óleo e gás na Margem Equatorial, sobretudo na Bacia da Foz do Amazonas.