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Petrobras investe R$ 20 milhões em pesquisa sobre hidrogênio branco

A Petrobras é a maior consumidora de hidrogênio cinza do Brasil, de origem fóssil, e vem buscando alternativas para descarbonizar seus processos de refino.

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04 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Petrobras investe R$ 20 milhões em pesquisa sobre hidrogênio branco
O trabalho de pesquisa sobre o tema ocorre desde outubro de 2023, inicialmente no estado da Bahia

A Petrobras anunciou que vai investir R$ 20 milhões em pesquisas sobre os processos de geração e viabilidade de extração do hidrogênio natural no Brasil, também chamado de hidrogênio geológico ou branco, que é produzido naturalmente na crosta terrestre. A Petrobras é a maior consumidora de hidrogênio cinza do Brasil, de origem fóssil, e vem buscando alternativas para descarbonizar seus processos de refino. A estatal também avalia a produção de hidrogênio verde, a partir da eletrólise.

O hidrogênio natural é considerado um potencial recurso de energia renovável, cuja utilização não gera gases de efeito estufa. Também pode ser encontrado nas profundezas da crosta oceânica ou em gases vulcânicos e sistemas hidrotermais. O trabalho de pesquisa sobre o tema ocorre desde outubro de 2023, inicialmente no estado da Bahia, com previsão de ser realizado em outros estados do País, informa a companhia.

Em março, a empresa promoveu o primeiro Workshop de Hidrogênio Natural, no Centro de Pesquisa (Cenpes), no Rio de Janeiro, reunindo estudiosos do Brasil e do exterior, com objetivo de capacitar o seu corpo técnico. Segundo a estatal, a realização das pesquisas e o teste de ferramentas para prospecção do hidrogênio natural envolvem parcerias com instituições e empresas nacionais e internacionais.

“O hidrogênio é uma das alternativas mais promissoras para o atingimento das metas de descarbonização. A Petrobras está, conforme previsto em seu Planejamento Estratégico, estudando a cadeia de valor do hidrogênio com estudos de projetos, parcerias estratégicas com foco no mercado de produtos e atividades de pesquisa e desenvolvimento”, disse em nota o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos José do Nascimento Travassos.

Segundo ele, os estudos em pesquisas referentes ao hidrogênio natural colocam a Petrobras na vanguarda na análise do potencial desta fonte no Brasil.

Os investimentos da Petrobras em pesquisa e desenvolvimento (P&D) previstos até 2028 para a economia de baixo carbono devem somar US$ 700 milhões, subindo de 15% do total de investimentos em P&D da Petrobras em 2024 para 30% ao final do período.

A Petrobras lançou ainda o processo de licitação pública para contratação das empresas que vão realizar as obras de construção e de conclusão de unidades operacionais no Polo GasLub, em Itaboraí (RJ). Após a conclusão das obras, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, além de 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1), de baixíssimo teor de enxofre.

A estimativa é que sejam gerados até 10 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de execução das obras. “A contratação é um marco para a retomada do Polo GasLub e com ela a companhia volta a investir em um empreendimento de grande importância não só para a Petrobras, mas para o Rio de Janeiro e todo o Brasil”, afirma o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

A retomada do Polo GasLub, anteriormente chamado Comperj, cujas obras foram interrompidas em 2015, está alinhada à estratégia da Petrobras de modernizar o seu parque de refino e oferecer ao mercado e à sociedade produtos avançados e com alto valor agregado. Segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, “a decisão da companhia reforça a estratégia de manter sua atuação com ativos focados na proximidade entre a oferta de óleo e gás e o mercado consumidor”. Para o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, “a modernização do parque de refino, além de aumentar a produção de combustíveis e a qualidade dos lubrificantes, vai inserir a Petrobras nos mais modernos padrões internacionais de produção”.

Serão construídas e concluídas unidades de Hidrocraquamento Catalítico (HCC), de Hidrotratamento (HDT), de Desparafinação por Isomerização por Hidrogênio (HIDW), unidades auxiliares, utilidades, off-sites e dutos extramuros. Além de se posicionar entre os produtores de óleos básicos lubrificantes de Grupo II, mais avançados, com a implantação da nova planta no Polo GasLub a Petrobras vai viabilizar o processamento de correntes intermediárias oriundas da Reduc e eliminar restrições operacionais, adequando grande parte das instalações e unidades do antigo Comperj, compatibilizando eficiência e rentabilidade.