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Estabilidade fiscal

Padilha diz que governo perseguirá meta de déficit primário zero em 2024

Padilha falou para uma plateia de 350 pessoas, boa parte dirigentes de bancos e demais instituições do sistema financeiro, durante almoço anual do setor, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

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02 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
Padilha diz que governo perseguirá meta de déficit primário zero em 2024

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reiterou na sexta-feira, 1º de dezembro, que tanto o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão comprometidos com o alcance da meta de déficit primário zero no ano que vem.

Padilha falou para uma plateia de 350 pessoas, boa parte dirigentes de bancos e demais instituições do sistema financeiro, durante almoço anual do setor, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “O governo vai perseguir a meta de déficit primário zero no Brasil no próximo ano”, disse Padilha.

Voltando-se para presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que, com a sua diretoria, também participou do evento, Padilha disse que o alcance de um déficit primário zero vai contribuir bastante com o trabalho do banqueiro central tem feito à frente da autarquia no que diz respeito à trajetória de cortes da Selic.

“Meta de déficit zero contribui bastante com o trabalho que Campos Neto tem feito no BC. Temos compromisso com a estabilidade fiscal porque ela ajudará a consolidar a trajetória de queda de juro no Brasil”, disse o ministro.

Padilha agradeceu a Febraban e os banqueiros pela grande ajuda, na palavras dele, que o setor deu às principais agendas econômicas do governo.

Dirigindo-se ao presidente da Febraban, Isaac Sidney, o ministro disse que se não fosse o apoio da entidade o governo não teria conseguido avançar com o Desenrola Brasil, programa do governo federal que renegocia dívidas em atraso de mais de 70 milhões de pessoas.

Ainda segundo Padilha, o governo pretende ainda neste ano aprovar medidas para liberar investimentos em infraestrutura e afirmou que o setor bancário e financeiro têm sido parceiros do governo principalmente na estruturação de debêntures de infraestrutura. “Todos os presentes no almoço da Febraban vão terminar este ano com melhores expectativas que no ano passado”, disse Padilha

O ministro em exercício da Fazenda, Dario Durigan, reiterou na sexta-feira o compromisso do governo em zerar o déficit primário, a fim de dar sustentabilidade à trajetória da dívida pública. Durigan frisou que nunca é demais reforçar o compromisso com as contas públicas.

O secretário-executivo da Pasta afirmou estar confiante que as medidas já apresentadas ao Congresso devem ser aprovadas até o fim do ano, com destaque para a MP das subvenções.

O próximo ano será complicado e difícil, emendou, mas não haverá um dia em que a Fazenda não olhará para as pendências relacionadas à meta fiscal e não tentará avançar. “Além de cada uma das medidas e discussões pontuais, esse é o caminho correto “

Durigan argumentou, em almoço anual da Febraban, que sem um equilíbrio das contas públicas do País, há aumento da inflação e queda da credibilidade do Brasil, e quem mais sofre é a população carente.

O ministro em exercício afirmou que o último ano foi de muito aprendizado democrático e que a Fazenda buscou avançar nas pautas importantes para o País sem fomentar irracionalidade e polarização. O governo, acrescentou, está fazendo um esforço para a correção da base fiscal e das distorções. “Há muito trabalho a ser feito do ponto de vista de correção tributária”, frisou.

Durigan também destacou os avanços na agenda de reforma microeconômica e ressaltou o apoio da Febraban e dos bancos para o sucesso do Desenrola. O secretário-executivo reforçou que o governo pretende avançar na agenda microeconômica no ano que vem e chamou a atenção para a discussão de acesso ao crédito. “Precisamos reforçar o acesso ao crédito e a melhora da política de negócios.”

O ministro em exercício afirmou, por fim, que a convicção do governo é de que os próximos anos serão de crescimento econômico, desenvolvimento do País e melhoria da vida da população, se houver a junção de três pilares: a credibilidade da discussão e da articulação política com generosidade; a confiança e o compromisso em buscar a sustentabilidade da dívida; e ajustar o que precisa ser feito para aumentar o acesso ao crédito e barateá-lo.