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Opep eleva previsão de alta na demanda global por petróleo para 2,3 milhões de bpd

A Opep cortou levemente sua previsão para o aumento da oferta de petróleo entre países fora do grupo em 2023, em 100 mil bpd.

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14 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Opep eleva previsão de alta na demanda global por petróleo para 2,3 milhões de bpd
Sede da Opep em Viena, na Áustria REUTERS/Leonhard Foeger

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou levemente sua previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, em 100 mil barris por dia (bpd), para 2,3 milhões de bpd, segundo relatório mensal publicado na terça-feira, 14. Para 2022, o cartel manteve sua estimativa de aumento na demanda global em 2,5 milhões de bpd.

Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) deverá crescer cerca de 400 mil bpd este ano, projeta a Opep. Fora da OCDE, a previsão é de avanço em torno de 2 milhões de bpd no consumo em 2023.

A Opep cortou levemente sua previsão para o aumento da oferta de petróleo entre países fora do grupo em 2023, em 100 mil bpd, para 1,4 milhão de bpd, segundo relatório mensal publicado na terça-feira.

Os países que devem mais contribuir para o incremento da oferta em 2023 são EUA, Noruega, Brasil, Canadá, Casaquistão e Guiana, diz a Opep. Por outro lado, são esperadas quedas na oferta de Rússia e México. Para 2022, a Opep reiterou sua estimativa de acréscimo da oferta em 1,9 milhão de bpd.

Ainda no relatório, a Opep informa que sua produção recuou 49 mil bpd em janeiro ante dezembro, para uma média de 28,88 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.

A Opep elevou levemente sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, de 2,5% a 2,6%, segundo documento mensal publicado na terça-feira. O cartel também revisou para cima sua estimativa para o avanço do PIB mundial em 2022, de 3% a 3,1%.

Para este ano, a Opep ajustou para cima sua projeção de crescimento dos EUA, de 1% a 1,2%, e também para a zona do euro, de 0,4% a 0,8%. No caso da China, o cartel agora espera crescimento de 5,2% em 2023, maior do que a projeção anterior de 4,8%.

A Opep manteve também a previsão de que o Brasil irá elevar a produção de líquidos, que inclui biocombustíveis, em 200 mil barris por dia (bpd), para uma média de 3,9 milhões de bpd, em 2023. Para o resultado final de 2022, a estimativa segue de crescimento de 200 mil bpd, para 3,7 milhões de bpd.

Para 2023, espera-se que o Brasil seja um dos grandes impulsionadores do crescimento da oferta de líquidos, junto aos EUA, Noruega, Canadá, Cazaquistão e Guiana. No País, a previsão segue de que a oferta de petróleo bruto deverá aumentar nos campos de Mero (Libra NW), Búzios (Franco), Tupi (Lula), Peregrino, Sépia, Marlim e Itapu (Florim).”No entanto, espera-se que a manutenção das offshores cause algumas interrupções nos principais campos”.

Já para 2022, o Brasil se encontra entre os principais impulsionadores do crescimento da oferta de líquidos, junto com EUA, Rússia, Canadá, Guiana e China. Segundo o documento, o crescimento do ano passado foi impulsionado pelo aumento contínuo do Campo Sépia e entrada em operação do Mero 1 no pré-sal da bacia de Santos, além do Peregrino (Fases 1 e 2) na bacia de Campos.

O cartel acrescenta que a “Petrobras avançou no plano de renovação da bacia de Campos, iniciando dez novos poços produtores e quatro poços injetores para expandir a produção”.

A Opep manteve suas previsões para o crescimento do Produto Interno do Brasil (PIB) em 2022, de 2,8%, e em 2023, de 1,0%. Segundo a Opep, o crescimento de 2022 foi apoiado significativamente por medidas fiscais eleitorais e pelos preços mais altos das commodities, mas o fim do ano foi marcado por uma desaceleração, que deve continuar em 2023.

A Organização também destaca que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou planos “ambiciosos” para consolidar o orçamento que, se bem sucedidos, poderão consolidar uma base sólida para o crescimento deste e dos próximos anos.

Ainda, segundo o relatório, “um crescimento potencialmente maior em 2023 pode ser apoiado por uma inflação mais baixa, e, consequentemente, por uma política monetária mais acomodatícia, condições mais fortes de mercado de ativos e por otimismo empresarial”.

O cartel indica que a atual situação monetária e fiscal do País está sob controle, mas reforça a existência de desafios à economia em 2023 e nos próximos anos, de forma que os desenvolvimentos fiscais precisarão ser monitorados de perto”.