O Escritório para Assuntos Humanitários da ONU, Ocha, lançou um apelo humanitário de US$ 5,6 bilhões para ajudar ucranianos que sofrem com os efeitos da guerra no país.
Desde o agravamento da violência após a invasão da Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, as necessidades da população vêm aumentando e já são mais de 21,8 milhões que precisam de algum tipo de assistência.
O pedido do Ocha é dividido em duas frentes: US$ 3,9 bilhões serão destinados para ajudar cerca de 11,1 milhões de ucranianos que seguem no país enquanto US$ 1,7 bilhão deve apoiar a 4,2 milhões de refugiados em países anfitriões.
Internamente, o plano de resposta prevê assistência e serviços básicos para deslocados internos, pessoas não deslocadas e repatriados, garantindo segurança e dignidade.
Aos refugiados, o valor será investido para garantir o acesso à proteção e assistência de forma não discriminatória, bem como para promover a coesão social entre refugiados e anfitriões.
No pedido, o Ocha destaca que a guerra na Ucrânia resultou em deslocamentos em larga escala, incluindo fluxos de refugiados, e uma enorme crise humanitária.
Os bombardeios a diversas cidades ucranianas e a destruição da infraestrutura civil levaram à revisão do apelo humanitário em 2022 e à necessidade de um novo pedido neste ano.
Segundo a Ucrânia, mais de 2,9 mil escolas foram danificadas. Entre fevereiro e dezembro do último ano, foram alvejadas 745 instalações de saúde.
Além disso, o conflito afetou o acesso aos meios de subsistência e interrompeu a estabilidade do mercado. O Ocha aponta que a maioria dos ucranianos reduziu o consumo de alimentos e gastou suas economias.
Em janeiro de 2023, mais de 4,9 milhões de ucranianos integravam pedidos de proteção em toda a Europa. O plano de resposta atual prevê fortalecer as iniciativas nacionais tomadas no início da crise.
As mulheres e crianças representam 86% dos refugiados e o Ocha busca garantir que eles tenham acesso à educação, proteção social, moradia, trabalho decente e saúde nos países anfitriões. O plano ainda prevê auxílio psicossocial e para saúde mental.
Os dados da ONU apontam que mais de 80% desejam voltar à Ucrânia, mas optam por permanecer nos países anfitriões por questões de segurança.
A Polônia é o país que receberá a maior quantia de ajuda, mais de US$ 700 milhões, já que acolhe cerca de 2 milhões de ucranianos.
Em 2022, o pedido de US$ 4,3 bilhões recebeu 80% do financiamento necessário, levando ajuda a cerca de 15,8 milhões de pessoas na Ucrânia. O plano de resposta aos refugiados recebeu 71% do solicitado, garantindo mais de 5,1 milhões de serviços aos ucranianos que deixaram o país.