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OCDE não altera previsão de crescimento do PIB brasileiro

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não foi alterada e ainda é de 1,8% em 2024 e 2,0% em 2025

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05 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
OCDE não altera previsão de crescimento do PIB brasileiro
A previsão da OCDE agora é que a inflação da maioria dos países do G20 retorne à meta até o fim de 2025

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) publicou na segunda-feira, 5, projeções atualizadas sobre sua expectativa de crescimento para os países do G20. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não foi alterada e ainda é de 1,8% em 2024 e 2,0% em 2025, tal qual na última estimativa, publicada em novembro de 2023.

Segundo a análise, os efeitos da política monetária mais restritiva nas maiores economias do mundo devem reduzir o crescimento do PIB global para 2,9% em 2024 e em 3,0% em 2025, porém, a melhora das condições financeiras recentemente fizeram a organização aumentar sua projeção para este ano em 20 pontos-base.

A OCDE pontuou também que as despesas de famílias americanas e o mercado de trabalho resiliente sustentaram uma elevação na expectativa de crescimento do PIB dos EUA em 60 pontos-base neste ano. Agora, a economia americana deve crescer 2,1% em 2024 e 1,7% em 2025. Do outro lado do Atlântico, a projeção para a economia da zona do euro foi puxada para baixo, conduzida principalmente por uma queda na economia alemã. O PIB da zona do euro deve crescer 0,6% neste ano, ante 0,9% previsto pela OCDE em novembro de 2023. Enquanto isso, a expectativa para a economia chinesa ainda é desacelerar a 4,7% em 2024 e 4,2% no ano que vem.

A previsão da OCDE agora é que a inflação da maioria dos países do G20 retorne à meta até o fim de 2025, caindo de 6,6% em 2024 para 3,8% em 2025, com o núcleo da inflação diminuindo para 2,5% em 2024 e 2,1% em 2025. Porém, segundo o documento, ainda é cedo para ter certeza que a pressão sobre preços está totalmente contida nas maiores economias, visto que os custos de trabalho ainda estão acima do desejável.

A OCDE alertou que a política monetária mundial precisa “permanecer prudente” para garantir que as pressões inflacionistas não voltem precocemente, e por isso os países não devem reduzir as taxas de juros antes de uma queda consolidada da inflação. Por isso, a expectativa da instituição é que as taxas permaneçam elevadas nas economias do G20 por um tempo.

De acordo com o documento de projeções atualizadas da OCDE para 2024 e 2025, as elevadas tensões geopolíticas são um risco de curto prazo para a inflação, especialmente caso os conflitos impactem a oferta dos mercados energéticos. Isto pode manter as pressões inflacionistas e forçar os países a reavaliar suas flexibilizações monetárias. Como consequência, o crescimento das economias globais pode ser mais fraco caso as tensões se mantenham por muito tempo.

Paralelo a isto, a OCDE destaca os “desafios fiscais crescentes” enfrentados pela maioria das economias do G20. O aumento do peso da dívida deve forçar os países a conterem o crescimento de suas despesas e reduzirem os quadros orçamentários no médio prazo para se prepararam diante de choques futuros, escreve a instituição.