Estados
Resgate

Navio Atlântico chega a São Sebastião para atendimento médico

O Navio Atlântico chegou a São Sebastião para atender a população local em seu hospital de campanha no meio da tarde.

Compartilhe:
24 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Navio Atlântico chega a São Sebastião para atendimento médico
O Navio Atlântico transporta seis helicópteros, três embarcações de desembarque de viatura e pessoal, duas lanchas, além de profissionais.

Maior embarcação da esquadra brasileira, o Navio Atlântico atracou pouco antes do meio-dia de quinta-feira, 23, no porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. A previsão é de que ele começasse a atender a população local em seu hospital de campanha no meio da tarde. Antes disso, caminhões, escavadeiras e demais equipamentos transportados pela Marinha para auxiliar no resgate de vítimas e desobstrução de vias na região seriam retirados da embarcação.

Pela manhã, o comando do Navio Atlântico se reuniu com os ministros Márcio França (Portos e Aeroportos) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) para alinhar o operação na região.

Na ocasião, o ministro Márcio França reiterou que as pessoas só devem se deslocar ao litoral norte de São Paulo “em caso de extrema necessidade”. Segundo ele, apesar de trechos da rodovia Rio-Santos já terem sido desobstruídos, a medida ainda é emergencial.

O ministro declarou ainda que uma das principais metas do governo federal é retirar moradias das encostas da região. “Ainda é uma coisa de emergência. A gente não pode recomendar que os turistas voltem pra cá. Ainda há um perigo de chuva por aqui, vai chover no final de semana. O ideal é que as pessoas não venham para o litoral norte, a não ser por extrema necessidade”, afirmou.

O litoral teve 48 mortes por causa do temporal no feriado e ainda há desaparecidos. Um sobrevoo pela região de São Sebastião estava previsto para acontecer à tarde. As seis aeronaves transportadas pelo Atlântico deverão atuar nas regiões de acesso mais difícil.

Com a chegada do Navio Atlântico, conforme a Marinha, “será possível criar uma estrutura que reforçará o atendimento médico aos desabrigados, de forma a desafogar os hospitais da área, que estão priorizando casos mais graves”. “Ao todo, mais de mil militares da Marinha estarão envolvidos nas ações”, acrescentou

França chegou à embarcação de helicóptero, pouco depois das 8h da manhã, para conhecer a estrutura colocada à disposição pela Marinha para ajudar às vítimas das chuvas.

“Esse é um pronto-atendimento que está sendo feito por todas das Forças Armadas, em especial aqui pela Marinha”, afirmou. “Até ontem (quarta-feira, 22), chegamos a R$ 60 milhões de reembolso para toda essa estrutura ser colocada à disposição.”

No Atlântico, são levados seis helicópteros, três embarcações de desembarque de viatura e pessoal, duas lanchas, 180 fuzileiros navais e uma equipe de 28 médicos e militares da área de saúde de diferentes especialidades, incluindo cirurgiões, dentistas, farmacêuticos, pediatras etc.

Indagado sobre quais ações o governo federal está realizando para amenizar o impacto dos temporais, França apontou que a principal medida será realocar moradores das encostas. “A gente já fez várias alternativas, mas a principal mesmo é mais tarde a gente conseguir tirar as pessoas das áreas de risco. Construção de casas populares, especialmente as pessoas que ganham de um a 1,5 salário mínimo, a faixa mais vulnerável”, afirma.

Segundo o governo federal, o Brasil tem cerca de 14 mil pontos de deslizamento, onde vivem aproximadamente 4 milhões de pessoas. “Essas construções vão ser feitas em terrenos que a prefeitura vai arranjar para que o governo possa construir Minha Casa, Minha Vida, para todos eles”, disse França. Ele, no entanto, não deu um prazo para que isso aconteça.