A Natura&Co apresentou prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022 e reverteu, assim, o lucro líquido de R$ 695,5 milhões registrado no último trimestre de 2021. Segundo a companhia, o resultado foi impactado principalmente pelo menor Ebitda que, por sua vez, sofreu com R$ 383 milhões de “impairment não caixa” (redução de valores contábeis de ativos). Contribuíram ainda para a última linha negativa maiores despesas financeiras líquidas e perdas de operações descontinuadas.
O Ebitda ajustado foi de R$ 1,095 bilhão, com margem de 10,5%. O resultado é 29% menor do que o do mesmo período de 2021 e teve queda de 2,8 pontos porcentuais na margem. A empresa pontua que houve melhoria da margem de Aesop, combinada a menores despesas da Holding, mas que esses ganhos foram compensados por desempenhos mais fracos já esperados na Natura &Co da América Latina, na Avon International e na The Body Shop.
A Receita líquida consolidada totalizou R$ 10,4 bilhões, alta de 3% em relação a um ano antes em moeda constante. No entanto, em reais, houve queda de 10,8%. Para justificar essa baixa a Natura &Co cita um impacto cambial, principalmente pela depreciação da Libra Esterlina, do Dólar Australiano e do Peso Argentino em relação ao Real.
Já o crescimento em moeda constante teria sido impulsionado pelo forte desempenho da Natura na América Latina, com alta de 10,6% de receita, e da Aesop, com crescimento de 18,2%. Esses ganhos, porém, foram parcialmente compensados “pelos contínuos desafios na The Body Shop (com queda de 8,4% na receita em moeda constante) e na Avon International (com queda de 9,9%, sendo -6,2% quando se exclui Rússia e Ucrânia.
O Lucro bruto consolidado do trimestre foi de R$ 6,6 bilhões, queda de 11,6%, com margem bruta de 63,8%, baixa de 0,6 p.p. A margem foi impactada principalmente pela The Body Shop e por um desempenho “mais suave”, segundo a companhia, da América Latina e da Aesop. Esses efeitos que mais do que compensaram a melhora da margem da Avon International, na comparação ano a ano.
A Dívida Líquida foi de R$ 7,4 bilhões, frente a cerca de R$ 6 bilhões registrados um ano antes. A empresa destaca, porém, que o montante diminuiu frente aos R$ 8,8 bilhões do trimestre imediatamente anterior. A relação dívida líquida/Ebitda, no critério IFRS16, passou de 1,52 vez para 3,49 vezes.
A Natura &Co anunciou também o apoio a obra de Sebastião Salgado, um dos fotógrafos mais importantes do mundo, que passou anos visitando a Amazônia e documentando a floresta. Ele vai apresentar mais de 200 imagens em preto e branco, muitas das quais nunca antes exibidas no Reino Unido.
Essas fotografias – reunidas ao longo de seis anos com doze comunidades indígenas diferentes – levam os espectadores a uma jornada pelas florestas e rios da Amazônia, apresentando-nos aos povos indígenas e habitantes da floresta. A exposição é mais do que um impressionante testemunho visual de um mundo em rápido desaparecimento; é um apelo à ação para preservar as maravilhas da Amazônia. Sebastião Salgado disse que é dever de todos os seres humanos do planeta participar da proteção da Amazônia.
“A exposição ‘Amazônia’ é fruto de sete anos de experiência humana e de expedições fotográficas em uma região ainda pouco conhecida, e que nunca deixa de nos ensinar e surpreender com a cultura e o engenho essencial de seus habitantes e o mistério, o poder e beleza inigualável da natureza. Essas imagens testemunham o que sobrevive antes que mais coisas desapareçam. Para que a vida e a natureza escapem de mais destruição e depredação, é dever de todos os seres humanos do planeta participar de sua proteção.
Estou satisfeito que a Natura & Co seja o principal patrocinador desta exposição, devido ao seu compromisso inabalável de proteger a Amazônia e sua biodiversidade, trabalhando lado a lado com suas comunidades, abordando a crise climática e muito mais.”
Marcelo Behar, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos do Grupo da Natura &Co, disse que a crise climática é realmente o desafio definidor do nosso tempo e o setor privado e as instituições públicas, bem como os cidadãos de todo o mundo, precisam trabalhar juntos para intensificar e pressionar pela mudança.
“Há uma chave óbvia e simples para deter a mudança climática: deter a destruição de florestas tropicais como a Amazônia. Como empresa brasileira, a Natura & Co mantém a Amazônia muito próxima de nossos corações e há muito tempo estamos comprometidos em proteger a floresta tropical com sua riqueza de biodiversidade e comunidades tradicionais.”