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Natura assina acordo com Aurelius para venda da The Body Shop

A Natura assinou um acordo vinculante com a Aurelius Investment Advisory Limited para a venda da Natura (Brasil) International B.V., empresa holding da The Body Shop.

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14 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
Natura assina acordo com Aurelius para venda da The Body Shop
"Continuamos na jornada de simplificação", disse o CEO Fábio Barbosa

A Natura assinou um acordo vinculante com a Aurelius Investment Advisory Limited para a venda da Natura (Brasil) International B.V., empresa holding da The Body Shop. A transação considerou o enterprise value de 207 milhões de libras, incluindo um potencial valor contingente (earn-out) de 90 milhões de libras. O preço de venda e o earn-out serão pagos em até cinco anos.

A conclusão da transação está prevista para ocorrer até 31 de dezembro de 2023 e está sujeita às aprovações regulatórias usuais.

“A transação de venda apoiará os esforços da Natura&Co para otimizar suas operações e simplificar seus negócios, além de posicioná-la para focar em prioridades estratégicas, especialmente a integração da Natura e Avon na América Latina, o modelo de venda direta e a otimização adicional da presença internacional da Avon”, afirma a companhia, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os executivos da Natura & Co ressaltaram que o anúncio de um acordo vinculante para a venda da The Body Shop para a Aurelius faz parte do processo de reestruturação das operações da companhia, para simplificar a sua operação.

“Continuamos na jornada de simplificação”, disse o CEO Fábio Barbosa, na terça-feira, durante teleconferência para apresentação dos resultados do terceiro trimestre. “A venda da The Body Shop está de acordo com nossas estratégias. Esse é um passo importante da dinamização do nosso negócio”, acrescentou.

Outra venda, da marca Aesop, acabou sendo decisiva para a Natura apresentar um lucro líquido consolidado de R$ 7,024 bilhões no terceiro trimestre, revertendo um cenário de prejuízo líquido do mesmo período de 2022, algo destacado pelo seu CEO durante a teleconferência. “A venda da Aesop nos ajuda a retornar para a posição de caixa líquido”, comentou Barbosa.

Excluindo o efeito da venda da Aesop e outros não recorrentes, o lucro líquido underlying foi de R$ 745 milhões em comparação com prejuízo de R$ 198 milhões do terceiro trimestre de 2022, impulsionado por menores resultados financeiros líquidos underlying e melhor dinâmica de impostos de renda e contribuição social.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 751,4 milhões entre julho e setembro, um avanço de 10% ante o apurado no mesmo intervalo do ano passado. A empresa também divulgou o Ebitda reportado, de R$ 490,5 milhões, valor 5,8% menor que o apurado um ano antes.

A receita líquida recuou 10,5% na mesma base de comparação para R$ 7,517 bilhões. Em seu release de resultados a empresa explica que o crescimento na Natura América Latina (+18,6% em moeda constante – CC) e tendência praticamente estável na Avon International (-2,3% em CC), foram compensados por outro trimestre desafiador na The Body shop (-13,2% em CC) e pela queda, já esperada, na Avon na América Latina.

A margem bruta consolidada foi 65,3% entre julho e setembro, 310 pontos-base maior que o mesmo período do ano passado e estável em relação ao segundo trimestre do ano.

“O desempenho da Natura &Co no terceiro trimestre manteve a tendência dos dois primeiros trimestres do ano, mostrando uma forte expansão da margem bruta e Ebitda em relação ao ano anterior, embora observado uma pequena desaceleração das receitas causada principalmente pela implementação da Onda 2 na América Latina e pela contínua tendência de queda nas vendas da The Body Shop”, destaca o CEO.

As despesas financeiras líquidas foram de R$ 1,065 bilhão no terceiro trimestre, comparadas a despesas de R$ 550 milhões reportadas no mesmo período do ano anterior.

A empresa encerrou o trimestre com caixa líquido (excluindo leasing) de R$ 700 milhões, comparado a uma dívida líquida de R$ 10,0 bilhões do segundo trimestre. “Conforme comunicado anteriormente, Natura &Co vendeu a Aesop por um Enterprise Value de US$ 2,6 bilhões. O fechamento ocorreu no dia 30 de agosto e os recursos permitiram que a empresa retornasse a uma posição de caixa líquido”, explica.