País
TSE

Moro diz que julgamento da cassação foi técnico e independente

Após ser absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador e ex-juiz federal da Operação Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR) fez comentários em rede social

Compartilhe:
23 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Moro diz que julgamento da cassação foi técnico e independente
O senador Sérgio Moro no plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária.

Após ser absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador e ex-juiz federal da Operação Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR) pontuou em seu perfil no X, antigo twitter, que seu julgamento foi “técnico” e “independente” e classificou como “boatos exagerados” a possível cassação de seu mandato.

No que concerne à continuidade de seu mandato no Senado Federal, o político disse que seguirá honrando a confiança dos seus eleitores e defendendo os interesses do Paraná e do Brasil. Ainda em sua página no X, o ex-ministro de Jair Bolsonaro classificou como mentirosas e falsas as acusações levantadas pelo PT e PL, de que ele havia cometido abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e suspeita de “caixa 2” durante sua campanha em 2022.

“Os boatos sobre a cassação de meu mandato foram exagerados. Em julgamento unânime, técnico e independente, o TSE rejeitou as ações que buscavam, com mentiras e falsidades, a cassação do meu mandato. Foram respeitadas a soberania popular e os votos de quase dois milhões de paranaenses. No Senado, casa legislativa que integro com orgulho, continuarei honrando a confiança dos meus eleitores e defendendo os interesses do Paraná e do Brasil”, disse em sua conta na rede social.

Nesta terça-feira, 21, por unanimidade, o TSE decidiu por manter a absolvição de Moro, o que o livrou de 8 anos de inelegibilidade. O placar do julgamento, que durou quatro horas, foi de 7 votos a 0 contra a cassação do lavajatista. Os ministros seguiram a manifestação do relator Floriano de Azevedo Marques, que abriu a votação contra a cassação. O magistrado foi seguido pelos colegas Alexandre de Moraes, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Raul Araújo e Isabel Gallotti.

A decisão do TSE ainda permite recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, as possibilidades de contestação são limitadas, o que deve encerrar o caso no TSE. Além desse caso, Moro enfrenta outro processo. No Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele responde a uma reclamação disciplinar devido à gestão dos recursos obtidos nos acordos de leniência da Lava Jato. Um relatório da 13ª Vara Federal de Curitiba aponta possível crime na gestão dos valores arrecadados.

Moro afirmou que pretende permanecer no Senado e apoiar um candidato à presidência da República em 2026. Ao responder se disputaria o Planalto nas próximas eleições gerais, Moro argumentou que pretende focar no Senado e disse ter orgulho de integrar a Casa. “Não”, respondeu, questionado se voltaria a ser presidenciável. “Temos um plano no União Brasil com o governador (Goiás) Ronaldo Caiado. Meu plano em 2026 é apoiar um candidato”, prosseguiu.

Moro disse também que pretende continuar na oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que deve apoiar um projeto contra o PT na próxima eleição. “Sempre fui e sempre serei oposição ao governo Lula”, declarou. “Em 2026, estarei defendendo um projeto para derrotar o PT.”

Na entrevista, Moro disse que não tem falado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas fez um agradecimento, pela tentativa de desmobilizar recursos do PL no processo.

“O presidente Bolsonaro e, diga-se, a bancada dos senadores do PL, pediram que não fosse interposto nenhum recurso ou que houvesse desistência. Infelizmente, lideranças locais, mais especificamente Paulo Martins e Fernando Giacobo, não acolheram o pedido do presidente Bolsonaro”, frisou Moro.

Em relação aos recentes embates entre o Legislativo e o Judiciário, o senador também defendeu deixar de lado o que chamou de “espírito de revanchismo e a polarização exacerbada” e disse que o julgamento do TSE foi “técnico e independente”.