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Ministro anuncia plano que duplicará voos para o RS

O principal aeroporto gaúcho, o Salgado Filho, em Porto Alegre, está alagado há uma semana e, desde então, está impedido de operar, com voos suspensos até pelo menos o final deste mês.

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10 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Ministro anuncia plano que duplicará voos para o RS
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou na quinta-feira, 9, que o governo federal iniciará na sexta-feira, 10, um plano emergencial para retomar o tráfego aéreo no Rio Grande do Sul. Com pistas e aeroportos atingidos pelas enchentes, a saída parcial será a utilização de aeroportos regionais do Estado e de Santa Catarina.

O principal aeroporto gaúcho, o Salgado Filho, em Porto Alegre, está alagado há uma semana e, desde então, está impedido de operar, com voos suspensos até pelo menos o final deste mês. “Todo o operacional do aeroporto está comprometido por dois metros de água”, detalhou em coletiva de imprensa.

Por conta disso, os aeroportos regionais de Santo Angelo, Santa Maria, Uruguaiana e Caxias do Sul já estão sendo utilizados para facilitar o acesso à capital.

A base aérea de Canoas está sendo estruturada pela concessionária Fraport e deve receber voos comerciais nos próximos dias. Além disso, o aeroporto de Florianópolis, em Santa Catarina, terá 21 voos a mais.

Segundo o ministro, a partir disso, será possível ampliar a capacidade de atuais sete mil para 17 mil passageiros semanais nos aeroportos regionais no Rio Grande do Sul.

Já os voos extras para Santa Catarina possibilitarão incremento de três mil assentos semanais – totalizando 20 mil. O alcance desse volume total, porém, depende da oferta e demanda, segundo informou Costa Filho.

Após acordo firmado com o governo, a Azul e a Gol anunciaram novos voos para o Estado. Ao todo, são 22 novas rotas. A Azul informou que realizará 12 voos extras, de 9 a 14 de maio. A Latam anunciou quatro voos semanais extras.

A presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro, afirmou que as companhias compreendem o momento e buscarão equacionar o preço das passagens. “É preciso muito cuidado, porque há uma série de questões que precisam ser observadas”, disse a representante, que participou da coletiva com Costa Filho.

O aumento de voos para os aeroportos regionais foi antecedido por medida da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que flexibilizou a limitação do número de pousos e decolagens diárias.

Há quase duas semanas, o Estado do Rio Grande do Sul (RS) vivencia uma das suas piores tragédias climáticas. A chuva, que atingiu cerca de 425 municípios até a última atualização do Governo do Estado do RS, tem colaborado para que pessoas, inevitavelmente, tenham contato com as águas das enchentes. A situação preocupa as entidades médicas, que alertam para o risco do aumento de doenças, como leptospirose, hepatite A e tétano.

Na terça-feira, 7, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) divulgou uma série de recomendações para ajudar a minimizar os riscos de adoecimento durante o momento vivido pela população gaúcha. As orientações, de acordo com a entidade, são baseadas em evidências científicas e na prática de especialistas que atendem em prontos-socorros e pronto atendimentos, entre outros serviços.

Conforme alerta a presidente da Abramede, Camila Lunardi, tragédias de grandes proporções têm impactos significativos na saúde da população e na infraestrutura dos serviços de saúde. “Após inundações, é possível que exista a ocorrência ou o aumento do número de casos de algumas doenças, como leptospirose, hepatite A, tétano acidental, problemas respiratórios e doenças transmitidas por vetores, como a dengue. Além disso, afogamentos, traumatismos e choques elétricos também costumam ser verificados”, descreve a médica.

De acordo com a instituição, a desinfecção da água para consumo humano é uma das principais medidas para evitar a disseminação de doenças infectocontagiosas durante período de enchentes. Nos locais em que a rede de abastecimento estiver comprometida, é indispensável que a população consuma água de fontes seguras, de garrafas e galões lacrados.

Na impossibilidade de consumir água mineral, é indicado realizar o procedimento de desinfecção caseira da água. Para isso, a orientação é aplicar a seguinte fórmula: a cada um litro de água, utilizar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a mistura repousar por 30 minutos.

Para outras informações sobre limpeza e desinfecção de caixas d’água, embalagens, utensílios domésticos, pisos, a Abramede recomenda a leitura da “Cartilha com orientações à população quanto aos cuidados com a água para consumo humano”, elaborada pelo Ministério da Saúde.