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Queda de árvores

Milhares ficam sem energia após temporal em São Paulo

A Enel informou que já havia restabelecido o serviço para 60% dos clientes que enfrentaram problemas. Os ventos chegaram a 76 quilômetros por hora.

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10 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Milhares ficam sem energia após temporal em São Paulo
Segundo a concessionária, os ventos chegaram a 76 quilômetros por hora.

Amanheceram sem energia dezenas de milhares de pessoas na cidade de São Paulo após as fortes chuvas de terça-feira (9). Segundo a Enel, concessionária responsável pelo abastecimento na capital paulista e em parte da região metropolitana, 0,6% da base de clientes foi afetada pelas chuvas, o que seria equivalente a aproximadamente 70 mil pessoas.

Na manhã de quarta-feira, no entanto, a Enel informou que já havia restabelecido o serviço para 60% dos clientes que enfrentaram problemas. Segundo a concessionária, os ventos chegaram a 76 quilômetros por hora.

“Vale ressaltar que, em muitos pontos, as quedas de árvores destruíram trechos inteiros da rede e que o trabalho de reconstrução em cada uma dessas ocorrências é complexo, e muitas vezes demorado, pois envolve a substituição de cabos e postes, entre outros equipamentos”, diz mensagem divulgada pela empresa nas redes sociais.

Na terça-feira, o Corpo de Bombeiros informou ter atendido 200 chamados referentes a queda de árvores na capital paulista e um caso de desabamento. Um homem morreu, em Moema, na zona sul, ao ser atingido por um cabo de energia.

À noite, as chuvas continuaram causando transtornos. De acordo com os bombeiros, foram registradas mais 44 quedas de árvores na cidade.

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) prevê que, a partir do meio da tarde e início da noite de quarta-feira, a capital paulista deve ser atingida por pancadas de chuva, com rajadas de vento e raios. De acordo com o CGE, podem ocorrer temporais nos fins de tarde também para quinta (11) e sexta-feira (12).

Em dezembro do ano passado, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) apontou irregularidades e negligências cometidas pela concessionária entre 2018 e 2023. O relatório diz que, além de negligente, a empresa concessionária foi ineficiente na prestação dos serviços, principalmente depois do apagão de 3 de novembro. Na ocasião, alguns bairros chegaram a ficar mais de quatro dias sem luz.

A qualidade do serviço de energia elétrica prestado pela Enel também é alvo de CPI na Câmara Municipal de São Paulo.

Quando foi divulgado o relatório da Alesp, em nota, a Enel afirmou que, desde que adquiriu a Eletropaulo, em 2018, a companhia tem realizado média anual de investimentos de cerca de R$ 1,35 bilhão por ano, contra cerca de R$ 800 milhões por ano investidos pelo controlador anterior.

“Em 2022, foram aportados R$ 1,96 bilhão, volume recorde de investimento destinado, principalmente, à digitalização e automação da rede elétrica, à expansão da capacidade do sistema de distribuição e à execução de obras estruturais como construção de novas subestações e modernização das subestações existentes.”

Segundo a Enel, esses investimentos levaram à melhoria dos indicadores de duração e frequência das interrupções de energia medidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Entre 2017 e 2022, a duração das interrupções diminuiu 47%, e o número de vezes em que o cliente fica sem energia caiu 46%.

Em razão das fortes chuvas e ventos que atingiram a região do município de Guarulhos, na Grande São Paulo, uma parte do telhado da Estação Aeroporto-Guarulhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi arrancada pelo vento na tarde de segunda-feira, 8. O acidente provocou alterações no funcionamento dos trens da Linha 13-Jade e do Expresso Aeroporto, mas sem interromper a prestação do serviço.

“Enquanto o telhado não for refeito, os trens da Linha 13-Jade e do Expresso Aeroporto vão utilizar a mesma plataforma para embarque e desembarque de passageiros, sem afetar a circulação de trens ou cancelamento de viagens”, afirma a CPTM.

A ocorrência foi registrada por volta das 16 horas. Ninguém ficou ferido, de acordo com informações divulgadas pela companhia.

Segundo a CPTM, ainda na madrugada de terça-feira, 9, a equipe de manutenção trabalhou para retirar as telhas que estavam no rio e na avenida, além de realizar inspeção para garantir que não havia telhas soltas na estrutura.

“O planejamento e o cronograma de obras para recomposição do telhado estão sendo definidos, bem como a contratação emergencial de empresa para executar os serviços”, afirma a companhia.

Um homem de 62 anos morreu e uma mulher de 60 ficou ferida após a queda de um fio energizado na tarde de terça-feira, em São Paulo. O caso aconteceu em Moema, zona sul da cidade. A capital sofreu efeitos do segundo dia seguido de temporal. A forte chuva causou alagamentos e quedas de árvores, ocorrências que foram acompanhadas pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros informou que foram registrados 186 chamados para quedas de árvores em São Paulo e na região metropolitana entre 0h e 18h20 de terça.

Entre 19h e 0h de quarta-feira foram abertos outros 44 chamados para queda de árvores, de acordo com a corporação. Somente na capital paulista, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirma que foram registradas 18 ocorrências. Conforme a pasta, houve ainda havia, no fim da manhã de quarta, um atendimento para risco de desabamento na zona norte e um destelhamento na zona leste.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou, às 7h de quarta-feira, ao menos 19 cruzamentos apagados por falta de energia. Agentes da CET estão monitorando o trânsito nos principais cruzamentos. Além disso, 19 semáforos estão com outras falhas e, para estes, as equipes de manutenção já estão empenhadas na solução.

A Secretaria Municipal das Subprefeituras acrescenta que conta com 800 equipes, incluindo engenharia e zeladoria, em prontidão e atuando de forma ininterrupta desde segunda-feira para amenizar os impactos das fortes chuvas que atingiram a cidade. Serviços de limpeza, desobstrução de vias, e remoção de galhos e árvores estão sendo realizados.

“Vale ressaltar que 2.871 árvores aguardam o desligamento da rede elétrica para que as subprefeituras possam executar serviços de rotina de poda ou remoção, tanto de árvores quanto de galhos”, afirma a pasta.