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Micro e pequenas indústrias do Sudeste preveem alta da inflação

O mercado das indústrias sente a alta da inflação, cujos reflexos atingem diretamente empresas de todos os segmentos e consumidores.

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07 de abril de 2023
Vinicius Palermo
Micro e pequenas indústrias do Sudeste preveem alta da inflação
Segundo pesquisa,, 49% das micro e pequenas indústrias da região Sudeste acreditam que haverá alta da inflação nos próximos meses

O mercado vem sentindo constantemente a alta da inflação, cujos reflexos atingem diretamente empresas de todos os segmentos e consumidores. Segundo a pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizada pelo Datafolha a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (SIMPI), 49% das micro e pequenas indústrias da região Sudeste acreditam que haverá alta da inflação nos próximos meses, e somente 12% preveem queda da inflação. No recorte estadual, o pessimismo é maior no Sul (57%), seguido por Centro-Oeste (55%) e Nordeste (37%). 

Nos cálculos do dia a dia, faltou dinheiro para cumprir despesas básicas. A exemplo disso, 44% das empresas do Sudeste tiveram capital de giro insuficiente no período analisado; no Nordeste esse percentual chega a 66%, no Centro-Oeste/Norte 51% e 42% no Sul. 

O Índice de Custos, que varia de 0 a 200 pontos, manteve-se acima de 100, em patamar estável de 105 pontos no Sudeste. Das indústrias entrevistadas, 46% tiveram altas significativas nos custos de produção, principalmente em matéria-prima e insumos (33%), seguida de 8% com mão-de-obra e salários e 5% com transporte e logística. 

Outro índice apontado pela pesquisa é de Satisfação Macroeconômica, que ficou em 105 pontos. O índice, que varia de 0 a 200 pontos, mostra uma avaliação em patamar negativo do país (80 pontos), e uma avaliação mais positiva do Estado em que a empresa está instalada (112 pontos) e de seu setor de atuação (122 pontos).

Por região, é no Sul (124 pontos) e no Centro-Oeste/Norte (128 pontos) que a avaliação mais positiva do Estado se destaca, bem como também no setor de atuação (133 pontos no Sul e 124 pontos no Centro-Oeste/ Norte). Coincidentemente é também nas duas regiões que a avaliação Macroeconômica do Brasil tem maior pontuação (94 pontos no Centro-Oeste/ Norte e 82 no Sul).

O cenário econômico do país continua sendo um desafio para as micro e pequenas indústrias (MPI’s). Para 54% dos entrevistados, a crise econômica ainda é forte, afeta muito os negócios e ainda não dá para prever quando a economia irá crescer. Destes, 56% estão na região Sudeste, 57% no Sul, 48% no Nordeste e 54% no Centro-Oeste/ Norte. O otimismo com a economia do país é maior no Centro-Oeste e Norte (7%) e no Nordeste (4%).

O número de empresas que contrataram (12%) no mês anterior ao levantamento foi inferior em comparação com as que demitiram (13%), o que resultou em um Índice de Contratação e Demissão negativo, de 99 pontos. Resultados de 0 a 99 pontos para esse índice apontam para perda líquida de vagas, e acima de 100 pontos, para saldo positivo de vagas. O grau máximo da escala, 200 pontos, mostra um cenário em que todas as empresas contratariam, e nenhuma demitiria.

Em média, as indústrias que contrataram abriram 2,5 vagas, sendo 3,2 da região Nordeste, e nas que demitiram houve corte de 3,0 vagas, em média. A região Nordeste teve média de demissões de 4,9 vagas.

Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, é necessário que haja mais apoio e políticas que facilitem o acesso à crédito. “Com a alta da inflação os investimentos ficam paralisados e a elevação de preços reduz a margem de lucro. Vemos empresários com capital de giro insuficiente e aumento de custos em produção e matéria-prima. O impacto disso é direto na economia e na geração de empregos. É fundamental continuar apoiando as MPI`s com políticas de créditos mais acessíveis aos empresários’’, avalia Couri. 

O Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, encomendado pelo SIMPI e efetuada pelo Datafolha, é a 5ª pesquisa das micro e pequenas indústrias a nível nacional do país e é reconhecido como sinalizador de tendência. A coleta de dados ocorreu entre os dias 09 e 24 de janeiro de 2023.