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Metrô de SP recebe mutirão contra violência infantil

Cerca de 93% das crianças e adolescentes do país entre 9 e 17 anos estão conectadas e 43% desses jovens não sabem checar se uma informação é falsa.

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09 de junho de 2023
Metrô de SP recebe mutirão contra violência infantil
Foto: Divulgação

O terminal da EMTU, no metrô Jabaquara, vai receber no dia 13 de junho, pais, mães e responsáveis em ação da II Semana de Conscientização e mobilização em prol do desenvolvimento saudável e de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes da cidade de São Paulo.

Denominado de Infância, eu abraço, o mutirão interprofissional tem a participação e o apoio de instituições da sociedade civil, entidades médicas, como a Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Associação Paulista de Medicina, entre outras (www.instituto-omp.org.br/infanciaeuabraco). A organização é da ONG Instituto Olinto Marques de Paulo e da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

A campanha Infância, eu abraço também vem mobilizando astros, estrelas e celebridades como o cartunista Mauricio de Sousa, papai da Monica, Cebolinha e Cascão, entre outros, além de estrelas da TV e cinema: Suzana Vieira, Nicholas Torres, Paulo Tatit e Mateus Solano, Yana Sardenberg, Júlia Zimmer e Malu Mader.

A propósito, no dia 13, no Terminal da EMTU – Metrô Jabaquara, haverá ainda exposição de telas temáticas especialmente preparadas por alguns dos principais grafiteiros do Brasil.  

As ameaças virtuais às crianças lamentavelmente estão fora do controle. A proporção do perigo é cada vez maior, inclusive porque os pequenos quase nascem com um celular nas mãos, navegando nas redes.

Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de agosto de 2022, 93% das crianças e adolescentes do país entre 9 e 17 anos estão conectadas. São cerca de 22,3 milhões de pessoas.

Outro levantamento, desta vez divulgado em maio de 2023 pelo CCGI.br em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), aponta que 43% dos jovens dessa faixa etária não sabem checar se uma informação é falsa.

Sabemos que esses tantos milhões de jovens usuários ainda não recebem supervisão adequada. Daí a importância de conscientizá-los e apontar caminhos, como ocorrerá no Terminal da EMTU – Metrô Jabaquara e nas demais ações da II Semana de “Conscientização e mobilização em prol do desenvolvimento saudável e de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes”, de 12 a 16 de junho, em iniciativa do Instituto Olinto Marques de Paulo, IOMP, (https://www.instituto-omp.org.br/quem-somos), com apoio da Sociedade de Pediatria de São Paulo, SPSP, (https://www.spsp.org.br/) e parceiros.

A meta é levar informações críveis e alertar milhões e milhões de cidadãos de São Paulo e de todo o Brasil para a violência de uma forma geral contra os pequenos e adolescentes. De acordo com dados do Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, realizado pelo UNICEF e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre 2016 e 2020 aproximadamente 35 mil crianças e adolescentes foram mortos vítimas de violência no país.

 Já quando se fala de violência sexual, os números são ainda maiores: de 2017 a 2020, 180 mil passaram por situações de abuso. A pesquisa mostra que a violência com as crianças ocorre, majoritariamente, em situação doméstica, sendo praticada por parentes ou conhecidos. O mesmo acontece com a violência sexual. Os adolescentes, por sua vez, morrem muitas vezes fora de casa, em contextos de violência urbana e racismo.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou o PL 17.738/2022, que altera a Lei nº 14.485, de 19 de julho de 2007, incluindo no Calendário de Eventos da Cidade de São Paulo a Semana Municipal de “conscientização e mobilização em prol do desenvolvimento saudável e de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes”, a ser celebrada anualmente na segunda semana do mês de junho.

A ideia da campanha, sugerida pelo IOMP, é propagar atividades pela cidade que incentivem o conhecimento sobre as melhores formas de prevenir a violência contra a criança e o adolescente. Isso inclui a compreensão dos canais de interlocução e reconhecimento de situações de maus-tratos e negligência. Tais práticas não podem passar despercebidas e cabe à sociedade, como um todo, se responsabilizar por combatê-las.