Economia
PIB acelera

Mercado reduz a previsão de inflação para 5,93%

Já para o ano de 2024, a projeção da inflação aumentou de 4,11% para 4,13%, contra 4,02% de quatro semanas atrás.

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27 de março de 2023
Vinicius Palermo
Mercado reduz a previsão de inflação para 5,93%
A mediana para a inflação de 2025 também foi elevada, de 3,90% para 4,00%

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic em 13,75% ao ano pela quinta reunião seguida, a projeção do mercado para a inflação de 2023 diminuiu levemente no Boletim Focus divulgado na manhã de segunda-feira, 27. A projeção para o IPCA – índice oficial de inflação – deste ano passou de 5,95% para 5,93%. Um mês antes, a mediana era de 5,90%.

Já para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção aumentou de 4,11% para 4,13%, contra 4,02% de quatro semanas atrás.

Considerando somente as 93 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 também caiu, de 5,98% para 5,96% Para 2024, passou de 4,20% para 4,18%, considerando 89 atualizações no período.

Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e, com maior peso, de 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%.

A mediana para o IPCA de 2025 também foi elevada, de 3,90% para 4,00%, de 3,80% há um mês. Já a estimativa para o IPCA de 2026 seguiu em 4,00%, contra 3,75% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

Na reunião do Copom da semana passada, o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 3,0% para 2024.

Os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a alta do IPCA de março no Boletim Focus. A mediana passou de 0,75% para 0,76%, de 0,65% há um mês.

Para o IPCA de abril, a estimativa variou de 0,60% para 0,59%, ante 0,61% um mês antes. Para maio, a previsão para o indicador permaneceu em 0,40%, mesma magnitude em que estava há quatro semanas.
Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 5,44% para 5,36%, de 5,65% há um mês.

O Boletim Focus mostrou aumento no cenário de crescimento econômico neste ano. A mediana para a alta do PIB em 2023 oscilou de 0,88% para 0,90%, contra 0,84% há um mês. Considerando apenas as 54 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023, por sua vez, aumentou de 0,93% para 0,98%.

Para 2024, o Relatório Focus mostrou mudança na perspectiva de crescimento do PIB de 1,47% para 1,40%, contra 1,50% de um mês atrás.

Em relação a 2025, a mediana subiu de 1,70% para 1,71%, contra 1,80% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que recuou de 1,80% para 1,78%, ante 2,0% de quatro semanas antes.

De acordo com a grade de parâmetros divulgada no último dia 17 pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a estimativa do governo para a expansão da atividade em 2023 passou de 2,10% para 1,61%.

O ministério também reduziu as projeções de crescimento da economia de 2024, de 2,50% para 2,34%. Já para 2025, o prognóstico aumentou de 2,50% para 2,76%. Para 2026, a estimativa passou de 2,2% para 2,42%.

A projeção para o déficit primário em 2023 oscilou no Boletim Focus, de 1,01% para 1,02% do PIB, contra 1,03% quatro semanas antes. Para o déficit nominal este ano, a mediana continuou em 7,80%, de 7,85% do PIB há um mês.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa passou de 60,90% para 61,00% do PIB, de 61,23% há um mês.

Para 2024, a projeção para o rombo primário seguiu de 0,80%, enquanto o déficit nominal previsto variou de 7,42% para 7,40% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,20% do PIB, nessa ordem.

No caso da dívida, a estimativa continuou de 64,50% do PIB, contra 64,00% de quatro semanas antes.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para o superávit da balança comercial em 2023. A projeção seguiu de US$ 55,00 bilhões, contra US$ 57,35 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana diminuiu de US$ 54,80 bilhões para US$ 52,44 bilhões, de US$ 54,50 bilhões há quatro semanas.

Em relação à estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023, a mediana deficitária passou de US$ 50,00 bilhões para US$ 50,40 bilhões, de US$ 50,00 bilhões há um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa deficitária passou de US$ 50,69 bilhões para US$ 51,39 bilhões, de US$ 50,25 bilhões há quatro semanas.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.

A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.