Economia
Teto da meta

Mercado eleva previsão de inflação para 4,50%

A mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,96% para 3,99%, mais próxima do teto, de 4,50%, do que do centro, de 3%.

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21 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Mercado eleva previsão de inflação para 4,50%
Considerando as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,94% para 4,0%.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 subiu de 4,39% para 4,50%, exatamente no teto da meta de inflação. Um mês antes, ela estava em 4,35%. Considerando apenas as 102 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 4,45% para 4,54% – já acima do limite superior do alvo.

A mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,96% para 3,99%, mais próxima do teto, de 4,50%, do que do centro, de 3%. A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central perderá a meta.

Considerando as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,94% para 4,0%.

As medianas para os horizontes mais longos permaneceram descoladas da meta, em 3,60% para 2026 e 3,50% para 2027. O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária, no cenário com a taxa Selic do Focus e dólar começando em R$ 5,60 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 oscilou para cima pela segunda semana seguida, de 3,01% para 3,05%. Um mês antes, ela era de 3,00%. Considerando apenas as 64 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 3,07% para 3,04%.

A estimativa intermediária para 2025 se manteve em 1,93%, estável há duas semanas, apesar da expectativa de um ciclo maior de aumento de juros – que, tudo mais constante, deveria ter impacto na atividade. Um mês antes, a projeção era de 1,90%. Considerando apenas as 62 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,94% no Focus anterior para 1,93% agora.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 63 e 65 semanas, respectivamente. O Banco Central e o Ministério da Fazenda esperam que o PIB brasileiro cresça 3,20% este ano.

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela terceira semana consecutiva, consolidando a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões, de novembro e dezembro. A projeção para 2025 subiu de 11,0% para 11,25%, demonstrando que o mercado vê pouco espaço para um afrouxamento monetário ao longo do ano que vem.

Um mês atrás, a estimativa intermediária para 2024 estava em 11,50%. Considerando apenas as 81 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, ela se manteve em 11,75% entre a edição anterior do Focus e o relatório divulgado hoje. A projeção para a Selic no fim de 2025 estava em 10,50% quatro semanas atrás. Levando em conta as 80 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, ela passou de 10,75% para 11,25%.

A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, como está há oito semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9,0%, estável há 22 semanas.

A mediana do relatório Focus para o dólar no fim de 2024 subiu de R$ 5,40 para R$ 5,42, interrompendo uma sequência de três semanas de estabilidade. A estimativa intermediária para 2025 se manteve em R$ 5,40 pela segunda semana consecutiva, contra R$ 5,35 quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.