Economia
Juros iguais

Mercado eleva a previsão do IPCA para 4,02% este ano

A mediana para 2025, horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,87% para 3,88%, contra 3,78% um mês antes.

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08 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Mercado eleva a previsão do IPCA para 4,02% este ano
A partir do ano que vem, a meta de inflação passa a ser contínua

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 avançou de 4% para 4,02%, mais de 1 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%. Um mês atrás, era de 3,90%. A mediana para 2025, horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,87% para 3,88%, contra 3,78% um mês antes.

Considerando as 48 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2024 passou de 4,02% para 4,04%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 avançou de 3,87% para 3,90%, tomando como base as 47 projeções atualizadas no período.

A partir do ano que vem, a meta de inflação passa a ser contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima do teto ou abaixo do piso por seis meses consecutivos, vai se considerar que o alvo foi perdido.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que o centro da meta continuará em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O alvo e a banda poderão ser alterados pelo conselho, com base em uma proposta do ministro da Fazenda e antecedência mínima de 36 meses para sua aplicação.

A mediana do Focus para o IPCA de 2026 continuou em 3,60% pela quinta semana consecutiva. A estimativa intermediária para 2027 ficou em 3,50% pela 53ª semana seguida.

O Banco Central espera que o IPCA fique em 4% em 2024, 3,4% em 2025 e 3,2% em 2026, considerando o cenário de referência, com a trajetória de juros extraída do Focus. Em um cenário alternativo, com a taxa Selic constante ao longo do horizonte relevante, o BC espera inflação de 4% este ano e 3,1% no próximo.

A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses caiu de 3,61% para 3,59% Um mês atrás, ela era de 3,63%. Essa medida deve ganhar importância após a regulamentação do novo sistema de meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.

A nova sistemática prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, será considerado que o Banco Central descumpriu o alvo.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de junho, próxima leitura de inflação a ser divulgada pelo IBGE, passou de 0,33% para 0,32%. Um mês atrás, era de 0,21%. A estimativa intermediária para o IPCA de julho avançou de 0,18% para 0,19%, contra 0,12% quatro semanas antes. A mediana para o IPCA de agosto continuou em 0,10%, contra 0,14% um mês antes.

O Banco Central estimava IPCA de 0,33% em junho, 0,12% em julho e 0,07% em agosto, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A projeção da autoridade monetária para o IPCA de setembro era de 0,21%.

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 continuou em 10,5% pela terceira semana consecutiva. Um mês atrás, era de 10,25%. Considerando apenas as 41 respostas dos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também se manteve em 10,5%.

Na decisão mais recente, de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 10,5%, por unanimidade, e comunicou a “interrupção” do ciclo de cortes.

A mediana do Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 9,5% pela terceira semana consecutiva, de 9,25% um mês atrás. Considerando as 40 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também é de 9,5%.

A estimativa intermediária para a taxa de juros no fim de 2026 permaneceu em 9% pela oitava semana seguida. A projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9%, estável há sete semanas.

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 subiu de 2,09% para 2,10%. Um mês atrás, era de 2,09%. Considerando apenas as 28 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 2,10% para 2,16%.

A estimativa intermediária para o PIB de 2025 caiu de 1,98% para 1,97%, a segunda oscilação negativa seguida. Levando em conta apenas as 26 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,94% para 2%.

A mediana do Focus para o crescimento da economia em 2026 continuou em 2% pela 48ª semana seguida. Para 2027, a projeção também se manteve em 2%, pela 50ª leitura consecutiva.

O Ministério da Fazenda espera crescimento de 2,5% para o PIB brasileiro em 2024. O Banco Central aumentou a sua estimativa, de 1,9% para 2,3%, no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).