Economia
Expansão

Mercado eleva a previsão de inflação para 4,38%

Nos últimos cinco dias úteis, 43 instituições revisaram as estimativas de IPCA de 2024 e, nessa base, a mediana passou de 4,36% para 4,40%.

Compartilhe:
07 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Mercado eleva a previsão de inflação para 4,38%
As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta.

A mediana das expectativas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 oscilou de 4,37% para 4,38%, ainda próxima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 4,30%.

Nos últimos cinco dias úteis, 43 instituições revisaram as estimativas de IPCA de 2024 e, nessa base, a mediana passou de 4,36% para 4,40%.

A mediana para o IPCA de 2025 se manteve em 3,97%, de 3,92% um mês antes. Considerando apenas as 43 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,86% para 3,92%.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta. Para 2026, seguiu em 3,60%, mesmo patamar de um mês antes. Para 2027, seguiu em 3,50% pela 66ª semana consecutiva.

O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante e espera que a inflação atinja 3,5% no período, considerando o cenário de referência, com a trajetória de Selic embutida no Focus e dólar a R$ 5,60, evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de setembro caiu de 0,50% para 0,47%, contra 0,36% um mês antes. A estimativa intermediária para outubro, por sua vez, oscilou de 0,34% para 0,35%, contra 0,30% há quatro semanas. A projeção para novembro passou de 0,21% para 0,20%, de 0,22% um mês atrás.

O mercado manteve a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 em 3,0%, conforme a mediana do relatório Focus. Há um mês, a expectativa era de avanço de 2,68%. Considerando as 28 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 3,0% para 3,03%

A mediana do relatório Focus para a alta do PIB de 2025, por sua vez, passou de 1,92% para 1,93%. Quatro semanas antes, estava em 1,90%.

Levando em conta só as 21 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,93% para 1,91%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 61 e 63 semanas, respectivamente.

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro ampliou a projeção do BC para o crescimento do PIB deste ano de 2,3% para 3,2%.

A mediana das previsões no relatório Focus do Banco Central para a taxa Selic no fim de 2024 seguiu em 11,75%, consolidando a expectativa do mercado financeiro para o atual ciclo de aperto nos juros, com duas altas de 0,50 ponto porcentual nas duas próximas reuniões do colegiado, em novembro e dezembro. Há um mês, a projeção era de 11,25%. A estimativa intermediária para a taxa no fim de 2025 seguiu em 10,75%, de 10,25% um mês antes.

Considerando apenas as 39 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do Focus para a Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75%. A estimativa intermediária para o fim de 2025 passou de 11,00% para 10,75%, levando em conta apenas as 39 estimativas atualizadas no período.

A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, como está há seis semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9,0%, como já está há 20 semanas.

A mediana das expectativas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o dólar no fim de 2024 permaneceu em R$ 5,40 na edição divulgada nesta segunda-feira, 7, contra R$ 5,35 um mês antes. A projeção para 2025 passou de R$ 5,35 para R$ 5,39, de R$ 5,30 quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.