Economia
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Mercadante evita falar de Petrobras em evento no BNDES

O BNDES convocou uma coletiva para falar sobre o lançamento de um edital do banco de R$ 60 milhões voltado a projetos de pesquisa e proteção de corais na costa brasileira.

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11 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Mercadante evita falar de Petrobras em evento no BNDES
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, se esquivou de responder a jornalistas sobre a situação da Petrobras na manhã de quarta-feira,10.

O BNDES convocou uma coletiva para falar sobre o lançamento de um edital do banco de R$ 60 milhões voltado a projetos de pesquisa e proteção de corais na costa brasileira. Mercadante introduziu o assunto, mas, alegando reunião ligada ao G20 com comitiva da Arábia Saudita, saiu no meio do evento realizado no 10º andar da sede do Banco no Rio de Janeiro.

Questionado se poderia responder a perguntas, se limitou a dizer que não entraria em “outras pautas”. Mercadante saiu apressado da sala e funcionários do BNDES impediram que jornalistas fizessem o mesmo para interceptá-lo nos corredores.

Nos últimos dias, ele vem sendo cotado para assumir o comando da Petrobras, como opção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para solucionar a crise que se arrasta e escalou no último fim de semana, opondo alas do governo, sobretudo o Ministério de Minas e Energia (MME), de Alexandre Silveira, e o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Na terça, segundo fontes, Prates pode ter ganhado fôlego no cargo, após o indicativo de Mercadante, nos bastidores, de que não gostaria de deixar o BNDES e do recuo de Silveira, cujo entorno passou a distribuir uma lista de exigências para apoiar a permanência de Prates na estatal.

No centro da crise que envolve o comando da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu “paz” à petroleira e disse que o cargo de presidente da estatal cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após evento de assinatura da Medida Provisória (MP) das Energias Renováveis e da Redução Tarifária no Palácio do Planalto, na terça-feira, 9 ele negou que, junto com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, tenha fechado um acordo sobre a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras. Segundo o ministro, o encontro foi para falar “sobre as possibilidades” de olho na melhora da economia brasileira.

“Não é verdade que nós acordamos entre nós qualquer coisa que seja sobre distribuição de dividendos”, disse Silveira, que classificou o episódio como uma “grande especulação”. “O que aconteceu entre nós foi um diálogo sobre as possibilidades…”, comentou ele, acrescentando que o foco das conversas foi sobre as questões econômicas. “Foi para discutir como vamos revigorar a economia nacional, o resto foi especulação”, acrescentou. “É natural que a gente tenha debate permanente com os ministros Rui e Haddad.”

Silveira negou qualquer posicionamento sobre a distribuição de dividendos extraordinários da estatal. “Dizer que sou contra ou a favor de distribuição de dividendos não é informação precisa”, comentou o ministro. “O que sou favorável é que tenhamos informações precisas para tomada de decisões sobre distribuição ” A convicção, segundo ele, é que a estatal será a empresa do segmento mais valorizada no mundo.