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Alta dos juros

Maioria das Bolsas da Europa fecha em queda com cenário de risco de inflação

As bolsas foram apoiadas em bloco pelo otimismo com economia da China, após dados animadores da manufatura da segunda maior economia do mundo.

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01 de março de 2023
Vinicius Palermo
Maioria das Bolsas da Europa fecha em queda com cenário de risco de inflação
As bolsas europeias foram impactadas pelo cenário norte-americano e chinês.0

As bolsas da Europa fecharam na maioria em queda nesta quarta-feira, 1º de março, sendo que, inicialmente, as bolsas foram apoiadas em bloco pelo otimismo com a economia da China, após dados animadores da manufatura da segunda maior economia do mundo.

No entanto, ao longo do pregão das bolsas, o sentimento de risco foi prejudicado pela inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha e pelas quedas em Nova York, causadas por indicadores de índices de gerentes de compras (PMI) e sinalizações de mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Pesquisa oficial mostrou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês avançou para 52,6 em fevereiro, atingindo o maior nível desde abril de 2012. Além disso, o ministro de Finanças do país, Liu Kun, prometeu impulsionar os gastos fiscais para fortalecer a economia.

“Depois de uma leitura positiva na Ásia com base nos números do PMI chinês, os mercados europeus inicialmente mantiveram a leitura otimista, recuperando-se fortemente com recursos básicos e industriais desfrutando de alguns ganhos sólidos, o que está ajudou o FTSE 100”, destaca a CMC Markets.

Dessa forma, o índice londrino subiu 0,49%, a 7.914,93 pontos, com Rio Tinto (4,64%), Antofagasta (4,43%) e Glencore (3,44) apresentaram ganhos sólidos devido ao aumento dos preços do cobre e de outros metais.

Na Europa, por outro lado, os PMIs industriais seguem abaixo de 50, o que sinaliza contração da manufatura. Já na Alemanha, o CPI subiu 8,7% em fevereiro, acima da expectativa de 8,5%.

O ING considera que “a pressão inflacionária está longe do fim” na Alemanha e que nesse quadro o Banco Central Europeu (BCE) continuará a elevar os juros nos próximos meses, sem considerar cortes futuros nas taxas, com uma alta de 50 pontos-base em março precificada.

Dirigente do BCE, Joachim Nagel disse que a instituição poderá ter de implementar mais altas significativas de juros depois da reunião de política monetária deste mês. Por outro lado, a CMC Markets destaca que comentários “dovish” do governador do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, ajudaram o FTSE 100. Bailey disse que “mais alguma alta nos juros pode se mostrar apropriada, mas nada está decidido”.

Nos EUA, o PMI industrial subiu de 47,4 em janeiro para 47,7 em fevereiro, porém o subíndice de preços subiu de 44,5 em janeiro para 51,3 em fevereiro.

Para a Capital Economics, a forte recuperação do índice de preços é uma preocupação, pois sinaliza que a resiliência econômica recente está exercendo pressão renovada sobre a inflação.

Mais cedo, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que a instituição terá que elevar juros entre 5% e 5,25% e mantê-los ali até 2024. Já o dirigente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, defendeu que as altas de juros devem continuar, e que um pouso suave não é garantido.

Confira o cenário de outras bolsas: O índice DAX, em Frankfurt, seguiu o movimento majoritário e fechou em baixa de 0,39%, a 15.305,02 pontos. O CAC 40, em Paris, cedeu 0,46%, a 7.234,25 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em queda de 0,59%, a 27.315,08 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 caiu 0,76%, a 9.322,90 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 caiu 1,44%, a 5.969,73 pontos. As cotações são preliminares.