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Produção recua

Maioria das Bolsas da Europa fecha em baixa, com queda na indústria europeia

O clima de cautela prevaleceu diante da queda além do esperado na produção industrial da zona do euro e do Reino Unido, indicando desaceleração econômica.

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14 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Maioria das Bolsas da Europa fecha em baixa, com queda na indústria europeia
Queda da indústria influenciou o comportamento das bolsas europeias.

As bolsas da Europa fecharam majoritariamente em queda na quarta-feira, 13, com Londres contrariando o movimento predominante. O clima de cautela prevaleceu diante da queda além do esperado na produção industrial da zona do euro e do Reino Unido, indicando desaceleração econômica. Ao mesmo tempo, a inflação volta a avançar nos Estados Unidos, suscitando preocupações com maior aperto monetário.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,11%, aos 7536,09 pontos; em Frankfurt, o DAX caiu 0,32%, aos 15665,77 pontos; em Paris, o CAC 40 recuou 0,30%, aos 7230,77 pontos; em Milão o FTSE MIB teve perdas de 0,32%, aos 28494,03 pontos; em Madri, o Ibex 35 cedeu 0,25%, aos 9430,20 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 perdeu 0,22%, aos 6139,75 pontos. As cotações são preliminares.

A produção industrial da zona do euro recuou 1,1% em julho ante junho, surpreendendo os analistas da FactSet que previam queda de 0,7%.

A Capital Economics acredita que o indicador deverá continuar caindo pelo resto do ano, frente ao enfraquecimento da demanda – cenário que tende a frear o apetite por risco. Já a produção industrial do Reino Unido caiu 0,7% no período, mais que o consenso de recuo de 0,6% dos analistas consultados pela FactSet.

Os mercados acionários europeus, que já operavam em baixa, aceleraram queda pontualmente após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

O indicador mostrou aceleração na inflação cheia e aumento acima do esperado no seu núcleo – “nada que provavelmente detenha o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de manter juros inalterados na próxima semana, mas adiciona alguma incerteza sobre a decisão de novembro”, comentou o economista Mohamed El-Erian no X (antigo Twitter).

Nos noticiários, a Bloomberg reportou que o governo alemão vai prever uma contração para este ano em vez de um crescimento lento, quando atualizar suas perspectivas para economia no próximo mês.

Em destaque, ações do setor de energia eólica foram negociadas em alta depois de a União Eropeia (UE) informar que pretende introduzir um pacote de apoio à indústria. As fabricantes de turbinas eólicas Vestas e subiram 5,31% e 4,82%, respectivamente.

Já o subíndice do Stoxx 600 para o setor automotivo avançou 0,71%, depois de chegar a saltar até 2% durante o pregão, com notícia de que a União Europeia (UE) irá lançar uma investigação sobre subsídios concedidos a fabricantes de carros elétricos na China.

Em Londres, a ação da petrolífera BP perdeu 2,72%, após Bernard Looney renunciar ao cargo de CEO por questões ligadas a relacionamentos anteriores com colegas, e mesmo com a notícia da Reuters de que a companhia planeja investimento verde bilionário.

A alta no FTSE 100 foi puxada pela seguradora Aviva, que ganhou 4,46% depois de anunciar venda da sua participação na Singlife.

Já as bolsas asiáticas fecharam em baixa, após uma queda em ações de tecnologia derrubar os mercados acionários de Nova York, na terça-feira, e antes da divulgação de uma pesquisa crucial sobre a inflação nos EUA.

O índice japonês Nikkei caiu 0,21% em Tóquio, a 32.706,52 pontos, o Hang Seng teve perda marginal de 0,09% em Hong Kong, a 18.009,22 pontos, e o sul-coreano Kospi também apresentou ligeira baixa em Seul, de 0,07%, a 2.534,70 pontos.

Na China continental, o dia foi igualmente negativo, à medida que investidores locais aguardam mais estímulos de Pequim ou sinais de recuperação econômica. O Xangai Composto recuou 0,45%, a 3.123,07 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 1,12%, a 1.929,45 pontos.

Exceção na Ásia, o Taiex assegurou ligeiro ganho de 0,05% nesta quarta, encerrando o pregão em 16.581,51 pontos.

Na terça-feira, as bolsas de Nova York tiveram perdas generalizadas lideradas pelo setor de tecnologia.
Na quarta, os investidores ficaram na expectativa da divulgação de novos dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que serão fundamentais para a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na próxima semana. A divulgação ainda aconteceria no decorrer do dia, já com as bolsas asiáticas fechadas.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho, com ações de tecnologia acompanhando a fraqueza vista em Wall Street. O S&P/ASX 200 teve queda de 0,74% em Sydney, a 7.153,90 pontos.