Mundo
Ataques

Maersk evitará tráfego de navios no Mar Vermelho e Golfo de Áden

A empresa lembra que, em 2 de janeiro, havia anunciado uma pausa no tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Áden

Compartilhe:
05 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Maersk evitará tráfego de navios no Mar Vermelho e Golfo de Áden
A suspensão das viagens na rota afetada deve ainda dar aos clientes mais consistência e previsibilidade, apesar dos atrasos associados com a mudança, aponta.

A Maersk anunciou que estenderá uma pausa já em andamento “pelo futuro previsível” no tráfego de seus navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden. A companhia de transporte marítimo dinamarquesa recorrerá a uma rota mais ao sul, pelo Cabo da Boa Esperança, o que provoca atrasos e também maior custo.

A empresa lembra que, em 2 de janeiro, havia anunciado uma pausa no tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, diante de ataques recentes, atribuídos a rebeldes houthis do Iêmen.

A situação “permanece altamente volátil” e “toda a inteligência disponível para nós confirma que o risco de segurança continua em um nível significativamente elevado”, afirma a Maersk.  Com isso, a empresa optou pela mudança de rota em todas as embarcações.

“Entendemos o impacto potencial que isso terá em nossas operações de logística, mas fiquem com a garantia de que todas as decisões têm sido consideradas de modo cuidadoso e priorizam no fim das contas a segurança de nossas embarcações, do pessoal e de suas cargas”, afirma o comunicado.

A suspensão das viagens na rota afetada deve ainda dar aos clientes mais consistência e previsibilidade, apesar dos atrasos associados com a mudança, aponta.

A Maersk diz que continua a esperar uma solução “sustentável no futuro próximo”, mas “encoraja os clientes a se preparar para que persistam as complicações na área e para problema significativo na rede global” de transporte de mercadorias.

A empresa anunciou também que assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com a cidade de Yokohama e a Mitsubishi Gas Chemical (MGC). Este acordo de colaboração centrar-se-á no desenvolvimento de infraestruturas de abastecimento de metanol verde em Yokohama, uma vez que os navios porta-contentores movidos a metanol verde de 16.000 TEU da Maersk serão entregues em 2024. Também destacou o compromisso partilhado das partes com iniciativas sustentáveis ​​e a transição para um futuro mais verde.

A Maersk tem uma meta ambiciosa de atingir emissões líquidas zero até 2040 em todos os seus negócios. Para o transporte marítimo, equipará os seus 25 navios porta-contentores com motores bicombustíveis capazes de navegar com metanol verde. O sucesso da implementação desta iniciativa depende fortemente do estabelecimento de infra-estruturas de abastecimento portuário para metanol em todo o mundo.

“À medida que as companhias marítimas priorizam cada vez mais os esforços de descarbonização, a disponibilidade de opções de abastecimento de combustível verde e a viabilidade de realizar a operação no Japão tornam-se fundamentais. Temos o prazer de unir forças com a cidade de Yokohama, conhecida pela sua liderança no estabelecimento de corredores marítimos verdes no Japão, e com a Mitsubishi Gas Chemical, pioneira na produção doméstica de metanol. Juntos, pretendemos preparar o caminho para o desenvolvimento de infraestruturas de abastecimento de combustível verde no país”, disse    Toru Nishiyama, Diretor Geral da Maersk Nordeste da Ásia.

A cidade de Yokohama supervisiona o Porto de Yokohama, que inclui o terminal de contêineres Minami-Honmoku operado pela APM Terminals Japan. O porto é o cais de águas mais profundas do Japão, com comprimento total de 1.600 metros e calado de 18 metros. Possui guindastes STS avançados, capazes de alcançar até 24 fileiras. Desde a abertura do Porto de Yokohama em 1859, tem servido como uma porta de entrada fundamental para o Japão e a Ásia. Como parte do seu compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050, Yokohama está na vanguarda do desenvolvimento dos corredores marítimos verdes do Japão.

“O Porto de Yokohama detém o recorde do maior número de escalas de navios estrangeiros no Japão durante cerca de 60 anos, sublinhando o seu papel crítico no transporte marítimo, onde o fornecimento de combustível e abastecimento de navios tem uma importância significativa. No futuro, as três partes envolvidas colaborarão para promover o uso de metanol verde de acordo com o memorando. Yokohama pretende liderar o desenvolvimento dos corredores marítimos verdes do Japão, ao mesmo tempo que pretende explorar e convidar futuros parceiros com ideias semelhantes para se juntarem à iniciativa”, afirmou o Prefeito de Yokohama, Takeharu Yamanaka.