País
Reconstrução

Lula reconhece que sua gestão ainda não tem marca e está colocando o tijolo no lugar

A justificativa, segundo Lula, é que o governo ainda está “colocando o tijolo no lugar”, na esteira do discurso de reconstruir o País.

Compartilhe:
12 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Lula reconhece que sua gestão ainda não tem marca e está colocando o tijolo no lugar
O presidente Lula falou sobre os cem dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que o governo ainda não tem uma marca, em mais de 100 dias de gestão. A justificativa, segundo Lula, é que o governo ainda está “colocando o tijolo no lugar”, na esteira do discurso de reconstruir o País.

“Ainda não fizemos muita coisa, estamos apenas colocando o tijolo no lugar para começar a fazer a partir de agora”, disse, em evento de lançamento de programa de escolas de tempo integral, em Fortaleza, capital do Ceará, na sexta-feira, 12. O evento também contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O presidente afirmou ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro terá que encarar as consequências das mentiras que foram contadas enquanto esteve à frente do Executivo. Ao citar os depoimentos que Bolsonaro tem prestado à Polícia Federal, o chefe do Executivo comentou sobre a acusação de falsificação do cartão de vacina de covid-19 e disse que Bolsonaro está com “rabinho preso”.

“Agora, ele (Bolsonaro) está dentro de casa com rabinho preso. Está prestando depoimento (à PF). Ele vai saber o quanto foi ruim para ele mentir durante o processo do governo. Até o cartão de vacina, ele falsificou”, comentou Lula. “Imagina que qualidade de presidente da República, com pandemia matando 700 mil pessoas e ele falsificou seu cartão de vacina; não é possível.”

O chefe do Executivo disse que, se “Deus quiser”, o País não terá como representante alguém “tão antidemocrático”. “Um cara que tem nas costas a responsabilidade pela morte de 300 mil pessoas nesse país que poderiam ter sido salvas se ele tivesse trabalhado corretamente”, disse em referência à pandemia da covid-19.

Pela terceira vez em um dia, Lula voltou a criticar a privatização da Eletrobras no governo anterior. Mais uma vez, ele disse que irá provar a corrupção no processo de venda, classificando a privatização como um “crime de lesa-pátria”.

Em meio à crise na construção de uma base no Congresso Nacional, o presidente destacou que é o governo que precisa das Casas legislativas. Após derrota do governo em votação na Câmara na semana passada, Lula reconheceu ser preciso conversar constantemente com o Congresso para a aprovação de todos os projetos.

“O deputado pode pensar diferente, pode fazer uma emenda, querer mudar um artigo e nós temos que entender que isso faz parte do jogo democrático”, disse.

Na semana passada, a Câmara votou para derrubar as alterações feitas pelo governo no decreto do saneamento. Agora, o Executivo se movimenta para não sofrer a mesma derrota no Senado.
Na fala, o presidente reconheceu que, “do jeito que está na Constituição brasileira”, é o governo quem precisa do Congresso. “Por isso que a relação tem que ser civilizada, por isso temos que conversar”, pontuou.

Apesar da crise na articulação, Lula disse que tem 513 deputados e 81 senadores em sua base no Congresso. “Eles serão testados em cada votação, cada votação você tem que conversar com todos os deputados, nenhum deputado é obrigado a votar naquilo que o governo quer, do jeito que o governo quer”, declarou. “Não tenho que perguntar de que partido ele (deputado) é, tenho que tentar pedir para ele votar em nós”, emendou, reiterando uma negociação pauta a pauta com o Congresso.

Na esteira da formação de um diálogo durante o mandato, o chefe do Executivo também destacou a importância de conversar com prefeitos e governadores, a exemplo do chefe do Executivo estadual do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

“Elmano vai ser a primeira experiência do PT no Ceará a governar como presidente do PT. Ele não esteve comigo, mas você vai perceber que o governo federal não faltará ao povo do Ceará. Pode ficar certo que você será tratado da mesma forma que tratei Ciro Gomes quando fui presidente, porque não olho a cara do governador, não olho partido, olho a necessidade do povo”, declarou o presidente da República.