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Lula promete comprar um avião para a Presidência

O presidente relatou como foi o episódio com o avião presidencial no retorno do México, quando foi preciso trocar de aeronave por problemas.

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11 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Lula promete comprar um avião para a Presidência
Lula quer comprar outro avião para a presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira, 11, que o governo brasileiro vai comprar um novo avião para a Presidência da República, bem como aeronaves para seus ministros viajarem pelo País.
“Vamos comprar um avião para o presidente da República.

A ignorância não pode prevalecer. Um avião para o presidente da República não é para o Lula, FHC, Bolsonaro. É um avião para a instituição Presidência da República. Vamos comprar e alguns outros aviões, porque é preciso os ministros viajarem. A gente não governa o Brasil com ministros coçando lá em Brasília”, disse.

O presidente relatou como foi o episódio com o avião presidencial no retorno do México, quando foi preciso trocar de aeronave por problemas.

“A gente estava na pista, o barulho estava diferente. Quando levantou voo, aconteceu alguma coisa, o avião estava com um ronco diferente, trepidava muito. Eu logo levantei para saber com o piloto o que estava acontecendo. Cheguei lá, a porta estava fechada. Eu bati e eles abriram. Estavam nervosos, porque estavam vendo como sair daquela situação e falaram que assim que tivessem informação iam passar”, afirmou.

“O pessoal fica preocupado, pedi para servir almoço para o pessoal. Até fiz uma brincadeira estúpida dizendo que era preciso comer, porque a gente não sabia se tinha comida no céu (risos)”, completou.

A declaração se deu em entrevista do presidente à rádio O Povo/CBN de Fortaleza. Lula afirmou, ainda, que, “durante muito tempo, fui muito comedido, porque quando comprei esse avião, o mais pequeno (sic) da Airbus, era o mais barato e menor. Mesmo assim o Brizola cunhou de Aerolula”.

O presidente também classificou como “intromissão” o pedido de informação dos Estados Unidos à fabricante sueca Saab pela venda de 36 caças militares do modelo Gripen ao Brasil em 2014. Para o petista, “os americanos na verdade são meio hegemonistas”.

Lula ainda comentou que o ministro da Defesa, José Múcio, “não vai perder um centímetro de importância” no governo por causa de declarações envolvendo a compra de produtos militares de Israel.
“Sou muito amigo do José Múcio. Esquece o fato de ele ser ministro. Mas é uma pessoa com quem tenho uma amizade profunda. Ele me ligou apavorado, disse que falou algo que não devia ter falado. Eu disse que ele não se preocupe. O que a gente falou já está falado. Esqueça e toca o barco para frente”, afirmou.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos investiga um contrato fechado em 2014 pelo governo brasileiro para a aquisição de 36 caças militares do modelo Gripen. A licitação, vencida pela fabricante sueca Saab, foi a maior aquisição militar da América Latina, com 36 modelos adquiridos ao custo de 4,5 bilhões de dólares.

Além da empresa sueca, a Boeing, marca americana, e a Dassault, da França, também participaram da concorrência. O edital para a compra dos caças foi lançado em 2006 e só foi concluído oito anos depois, no final do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)

A licitação, que vinha sendo disputada por uma empresa americana, ocorreu na mesma época em que veio à tona que Dilma Rousseff e mais 29 integrantes do alto escalão do governo brasileiro estavam sendo espionados por autoridades dos Estados Unidos. O vazamento foi revelado pelo portal WikiLeaks, fundado pelo ativista Julian Assange.

A Saab disse nesta quinta-feira, 10 que foi intimada pelo Departamento de Justiça americano a prestar informações sobre a licitação. O comunicado, na prática, revelou a existência de uma investigação em solo americano sobre o negócio.

No Brasil, o atual presidente foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2016 por suspeita de tráfico de influência nessa contratação.

Na denúncia, o MPF atribuiu ao petista os crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo os procuradores, entre 2013 e 2015, Lula, já como ex-presidente, “integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas”. A Procuradoria apontou ainda que, em contrapartida pela intervenção, Luís Cláudio, filho do petista, recebeu cerca de R$ 2,5 milhões.

A ação penal contra o petista foi trancada pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski em fevereiro de 2023. Lula sempre negou ter participado das negociações do contrato, que foi assinado quando ele não era mais presidente.