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Lula diz que Wellington Dias fica no governo

A pasta de Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, é cobiçada pelo Centrão, que negocia espaço na Esplanada.

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31 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Lula diz que Wellington Dias fica no governo
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, durante instalação do grupo de trabalho Primeira Infância do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro do Desenvolvimento Social, o ex-governador Wellington Dias, continuará no governo. A pasta, que é responsável por abrigar o Bolsa Família, um dos programas vitrine do PT, é cobiçada pelo Centrão, que negocia espaço na Esplanada.

“Wellington fica (no Ministério do Desenvolvimento Social). Convidei o Wellington Dias, um grande amigo e companheiro, porque tem 16 anos de experiência como governador e provou sua competência e comprometimento social com a transformação que promoveu no Piauí”, disse Lula ao site Meio Norte.

Na entrevista, Lula cita o combate à fome, um trabalho que, segundo ele, “está só no começo” e que sempre vai “contar com a competência de alguém como o Wellington Dias” no governo.

No trecho que foi divulgado, Lula, no entanto, não cita se o ministério continuará com a mesma estrutura ou se será desidratado – a íntegra da entrevista será publicada na quinta-feira, 31, quando o presidente cumpre agenda no Piauí.

Lula avalia a possibilidade de criar a pasta da Ação Social para o deputado André Fufuca. Líder do PP, Fufuca é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao senador Ciro Nogueira (PP-PI). Na segunda-feira, 28, a cúpula do PT fez um desagravo a Wellington Dias e criticou a ideia de dividir o ministério.

Em Teresina, Lula e Wellington Dias anunciaram o programa Brasil sem Fome, que tem o objetivo de acabar com a insegurança alimentar no País e retirar o Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030. O chefe do Executivo também participará da cerimônia de anúncio dos empreendimentos do PAC no Estado do Piauí.

Lula busca ampliar apoio no Congresso e, por isso, decidiu fazer trocas no primeiro escalão para atender a cobiça por cargos de integrantes do Centrão. A expectativa é que o anúncio da nova organização da Esplanada seja feito antes do final de semana.

Na terça-feira, 29, Lula anunciou a criação de mais um ministério, o da Micro e Pequena Empresa, que pode ampliar espaços a serem divididos com os aliados.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, manifestou na quinta-feira, 31, apoio à chegada, na Esplanada dos Ministérios, do Republicanos e do Progressistas (PP) para aumentar a base de apoio do governo no Congresso.

“Sou favorável que tanto o Republicanos quanto o PP participem mais efetivamente do governo, é importante”, disse Alckmin, ao ser questionado sobre a possibilidade de o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo próprio vice-presidente, ser esvaziado na reforma ministerial.

Com a recriação, anunciada na terça-feira por Lula, do ministério da Pequena e Média Empresa, Alckmin pode perder uma secretaria atualmente ocupada por seu partido, o PSB. Hoje, a secretaria de Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo é controlada, dentro do MDIC, pelo ex-deputado Milton Coelho.

Após participar da abertura de um seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Alckmin pontuou que a fragmentação partidária exige que o governo abrigue diversas siglas.

Ao falar sobre a reforma ministerial, que visa abrir espaço no governo a partidos do Centrão, ele afirmou que o presidente Lula saberá a hora e a maneira de construir uma frente em prol da governabilidade.

Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos disse no mesmo evento que não foi abordada pelo núcleo duro do governo para tratar de mudanças em sua pasta. “Em nenhum momento alguém do centro do governo me abordou sobre qualquer mudança no MCTI.”