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Lula diz que soltura de Assange, mesmo que ‘tardia’, representa uma vitória democrática

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que após a soltura do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, o mundo está “melhor” e “menos injusto”.

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25 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Lula diz que soltura de Assange, mesmo que ‘tardia’, representa uma vitória democrática
O fundador do Wikileaks, Julian Assange.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, classificou a soltura do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, mesmo que “tardia”, como uma “vitória democrática”. Segundo o petista, após a libertação, o mundo está “melhor” e “menos injusto”.

“O mundo está um pouco melhor e menos injusto. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso”, escreveu o chefe do Executivo do Brasil em publicação no X, antigo Twitter, na terça-feira, 25. “Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, acrescentou Lula.

Na segunda-feira, 24, foi relevado um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em que Assange se declarará culpado na acusação de espionagem e roubo de documentos sigilosos. O trato põe fim a uma longa saga jurídica e permitirá que Assange volte a morar na Austrália.

Assange deve comparecer na quarta-feira, 26, ao tribunal federal nas Ilhas Marianas, um território dos Estados Unidos no Pacífico Ocidental, para se declarar culpado de uma acusação criminal de espionagem, por conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais de defesa nacional, disse o Departamento de Justiça em uma carta apresentada em corte. Após a audiência, ele estará oficialmente livre das acusações.

Assange deixou uma prisão de segurança máxima em Londres, onde estava sob custódia desde 2019, após passar sete anos em autoexílio na Embaixada do Equador em Londres. Segundo o WikiLeaks, ele retornou a Austrália, seu país natal, na noite de segunda-feira.

Em 2006, Assange fundou o WikiLeaks na Austrália. O grupo começa a publicar documentos sensíveis ou sigilosos. Em uma série de postagens, o WikiLeaks divulgou quase meio milhão de documentos relacionados às guerras dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Em agosto de 2010, promotores suecos emitiram um mandado de prisão para Assange com base na alegação de estupro de uma mulher e na alegação de molestamento de outra. O mandado foi retirado logo em seguida, com os promotores citando evidências insuficientes para a alegação de estupro. Assange nega as acusações.

Em setembro de 2010, o diretor de processos da Suécia reabriu a investigação de estupro. Assange deixou a Suécia e foi para o Reino Unido.

Em novembro, a polícia sueca emitiu um mandado de prisão internacional para Assange. Ele se rendeu à polícia em Londres e foi detido e ficou aguardando uma audiência de extradição. O Tribunal Superior concedeu fiança a Assange.

Em fevereiro de 2011, um tribunal distrital no Reino Unido decidiu que Assange deveria ser extraditado para a Suécia. Assange entrou na Embaixada do Equador no centro de Londres, buscando asilo, após suas tentativas de apelar da decisão de extradição falharem. A polícia montou uma guarda 24 horas por dia para prendê-lo caso ele saísse. Em 2012, Assange recebeu asilo político do Equador.