Economia
Paridade de preços

Lula diz que política de preços da Petrobras não muda enquanto ele não convocar

O presidente disse que Brasil não deve estar submetido ao preço de paridade de importação e que a Petrobras tem que aumentar investimentos.

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07 de abril de 2023
Vinicius Palermo
Lula diz que política de preços da Petrobras não muda enquanto ele não convocar
A política de preço da Petrobras vem sendo alvo de discussões.

Lula diz que política de preços da Petrobras não muda enquanto presidente da República não convocar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na quinta-feira, 6, que a mudança na política de preços da Petrobras ainda não está em discussão no governo.

“A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir. Enquanto o presidente da República não convocar, a gente não vai mudar o que está funcionando hoje”, afirmou.

Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula disse ter sido “pego de surpresa” com a discussão entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre o tema.

Na quarta-feira, Silveira declarou que o governo deve atuar para mudar a atual política de preços da Petrobras por estar atrelada ao mercado internacional, e avançar na construção de um “preço de competitividade interna”.

Também na quarta, o Conselho de Administração da Petrobras reagiu às declarações e enviou uma carta a Silveira cobrando a nova diretriz de preços e reforçando que é necessário aprovação do colegiado para que a nova política entre em vigor na estatal.

Na conversa com jornalistas, Lula disse que ainda não conversou com as duas autoridades. O presidente repetiu que, em sua opinião, o Brasil não deve estar submetido ao preço de paridade de importação (PPI) e disse que a Petrobras tem que aumentar investimentos.

“A Petrobras não pode continuar distribuindo a quantidade de dividendos que vem distribuindo. A Petrobras precisa fazer investimentos no Brasil”, completou Lula.

O presidente disse ainda que não pretende privatizar nenhuma empresa em seu governo. Afirmou também que fará um “esforço incomensurável” para a economia voltar a crescer, o que inclui uma política de crédito para pequenas e médias empresas e agricultores.

“Não vamos privatizar nenhuma empresa. Vamos tentar fazer coisas novas, retomar o desenvolvimento industrial nesse País. O sucesso do País depende do sucesso e da competência do governo”, acrescentou Lula.

O presidente disse ainda que irá se reunir com a indústria automobilística e lideranças sindicais para discutir o financiamento e produção de automóveis do Brasil. De acordo com o chefe do Executivo, a discussão com o setor não é para reduzir IPI; “é mais profunda”.

Lula afirmou que planeja se reunir com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e sindicalistas para a discussão de uma programação “que pode envolver alguma política de isenção fiscal”.

“Eu já disse ao Geraldo Alckmin, que convidasse a indústria automobilística e sindicatos para ter uma conversa”, afirmou Lula, em referência ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “Precisamos ter uma discussão mais profunda do que queremos da indústria automobilística brasileira porque também precisamos assumir a responsabilidade de facilitar o financiamento de carro”, pontuou.

Segundo o presidente, não adianta aumentar a produção automobilística no Brasil se não houver mercado interno. “Não está fácil comprar um carro hoje”, disse. “Não vamos ficar produzindo carro para um povo que não pode comprar.”

O presidente disse que a indústria automobilística também será tema de debate de sua viagem à China, prevista para acontecer na próxima semana.

Segundo o chefe do Executivo, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), está no país asiático e sinaliza um acordo com a China de acordo com a potência para a produção de carro elétrico no Estado, na fábrica da Ford. “Me interessa ter carro elétrico no Brasil”, afirmou.