País
Retomada

Lula diz que há cerca de 14 mil obras paralisadas no País

Lula afirmou que após voltar da China, ele passará a viajar o País para inaugurar casas, creches, escolas, estradas e universidades.

Compartilhe:
11 de março de 2023
Vinicius Palermo
Lula diz que há cerca de 14 mil obras paralisadas no País
Em reunião com ministros com foco na infraestrutura, Lula destacou a importância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na sexta-feira, 10, que há cerca de 14 mil obras paralisadas em todas as áreas no País e destacou que grande quantidade de obras precisará ser reconstruída durante seu governo. De acordo com ele, há também 186 mil casas do Minha Casa, Minha Vida paralisadas.

Em reunião com ministros com foco na infraestrutura, o presidente destacou a importância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o classificou como “extraordinário”.

“O sucesso do PAC foi porque a gente começou ouvindo os governadores de cada Estado, dos milhares de prefeitos e depois construímos um arcabouço de propostas de política de infraestrutura que foi fácil de executar”, disse, em fala inicial no encontro. “O momento mais rico de investimento em infraestrutura do nosso país foi a execução do PAC porque envolvia os governos federal, estadual e municipal.”

Lula disse que, lamentavelmente, descobriu uma grande quantidade de obras paradas. O presidente citou uma ponte que liga Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e Juazeiro, no norte da Bahia, chamando-a de “ponte picolé”, numa crítica à situação da obra.

“A ponte parou e ficou igual a um sorvete, um picolé mesmo, um palito”, disse ele. “Vamos ter que terminar esse picolé, já que não dá para chupar o lado que está pronto, vamos fazer o lado que falta.” Em contraponto, ressaltou a rapidez que os seus ministérios lidaram com as grandes chuvas que atingiram o litoral paulista, no fim de fevereiro.

O presidente afirmou que, após sua viagem à China, programa para o fim de março, ele passará a viajar o País para inaugurar casas, creches, escolas, estradas e universidades. “Temos que colocar esse país em funcionamento”, declarou Lula.  Ele disse que não se pode “ficar chorando o dinheiro que falta”. “Temos que utilizar bem o dinheiro que temos.”

O presidente pediu que sua equipe de comunicação elabore um novo nome para o plano de investimentos do governo federal, sem usar o termo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – marca das antigas gestões petistas na área de infraestrutura. A equipe da Casa Civil trabalha para entregar a nova carteira do plano de investimentos até o final de abril.

Sem nome definido, ele vem sendo chamado de novo PAC. Lula, contudo, mostrou na sexta-feira que não quer usar mais essa marca, em nome de mostrar que seu terceiro mandato como presidente está “renovando e inovando”.

“Eu queria até sugerir ao nosso companheiro Pimenta [Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social] que é importante colocar a criatividade da comunicação em funcionamento para gente criar um novo nome. O PAC foi muito importante, produziu muita coisa, mas se a gente puder criar um novo programa, é importante. Mostrar que a gente está renovando, inovando, que temos criatividade para fazer outras coisas”, afirmou Lula na abertura da reunião com ministros para tratar de infraestrutura.

O ressurgimento de um programa aos moldes do PAC pelo governo Lula provoca reações mistas no mercado. Apesar de ser elogiado por ter previsto um planejamento de longo prazo para o País, o apoio a empreendimentos que não tiveram continuidade, seja por falta de recursos ou por projetos mal estruturados, é criticado até hoje. É nesse contexto que Lula pede a seus auxiliares para criarem uma nova marca.

O presidente disse ainda estar orgulhoso do que os ministros entregaram nesses primeiros dois meses de governo, e pediu que os auxiliares apresentem no encontro o que é possível de ser entregue e inaugurado, além de relatarem eventuais dificuldades, inclusive de recursos, uma vez que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está presente na reunião. “Não tenham medo de falar de dificuldade, de falar de dinheiro, porque o homem está aqui. E esse é o lado bom do ministro da Fazenda, que é o sangue árabe dele”, afirmou.

O presidente afirmou também que os ministros da área econômica terão de “arrumar” recursos para o governo investir em infraestrutura. Segundo ele, é por esse motivo que Fernando Haddad é o ministro da Fazenda, porque, segundo Lula, o auxiliar é “criativo” e, se necessário, se juntará a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para disponibilizar o dinheiro público necessário para obras.

Lula declarou também que o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer porque sua gestão irá gerar emprego com a retomada de investimentos. As declarações foram dadas na abertura de reunião ministerial focada em discutir os projetos para infraestrutura.

O presidente da República também pediu que seus auxiliares não fiquem “chorando” pelos recursos que faltam, mas que utilizem bem o orçamento disponível.

“E é por isso que Haddad é o ministro da Fazenda. Porque ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, vamos atrás dele e ele e a Simone vão sentar na mesa e arrumar dinheiro que precisamos para fazer investimentos nesse país. Não podemos aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer porque alguém disse que não vai crescer. Nós vamos dizer que vai crescer porque vamos fazer o PIB crescer”, afirmou Lula aos seus ministros.

Ele ainda afirmou que quer promover uma reunião para tratar especificamente do papel dos bancos públicos para alavancar investimentos no País.

O presidente defendeu o empréstimo para pequenos e médios empreendedores, cooperativas, “grandes empresários”, além de Estados e prefeituras que têm capacidade de endividamento.

“Não pode ser proibido você emprestar dinheiro pra construir ativo e aumentar o patrimônio desse país. Não dá pra gente ficar achando que o gostoso nesse país é guardar dinheiro. Não, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras, em melhoraria da qualidade de vida do povo, em educação, saúde”, afirmou Lula.