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Melhoria social

Lula anuncia relançamento do Bolsa Família na semana que vem

O programa social Bolsa Família terá benefício mínimo de R$ 600 e adicional de R$ 150 por criança de até seis anos de idade.

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16 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Lula anuncia relançamento do Bolsa Família na semana que vem
Além da afirmação sobre o Bolsa Família, Lula voltou a dizer que vai "começar a fazer a roda gigante da economia girar" com a retomada de obras.

Em visita às obras de duplicação da BR-101, em Maruim, Sergipe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou na quarta-feira,15, que o governo federal vai relançar o Bolsa Família na semana que vem. Hoje “Auxílio Brasil”, nome conferido na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o programa social será rebatizado de Bolsa Família, marca das gestões petistas, com benefício mínimo de R$ 600 e adicional de R$ 150 por criança de até seis anos de idade. Os valores foram prometidos por Lula ao longo da campanha eleitoral.

O governo federal deverá editar uma Medida Provisória (MP) para dar início ao novo Bolsa Família e conta com aprovação do texto no Congresso – ou seja, conversão em lei – sem dificuldades. Ainda assim, o presidente afirmou na quarta que vai precisar dos parlamentares para aprovar os projetos de interesse do Palácio do Planalto. “Vou precisar de todos os deputados para fazer as mudanças que temos de fazer”, declarou.

No discurso em Maruim, Lula voltou a dizer que vai “começar a fazer a roda gigante da economia girar” com a retomada de obras. “Em quatro anos, vamos fazer muito mais do que o ‘coiso’ que saiu agora e não teve nem coragem de me colocar a faixa presidencial. Foi embora antes de medo, porque sabia que nós iríamos trabalhar”, afirmou o petista, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

No terceiro mandato à frente do País, Lula afirmou ainda que o ministro dos Transportes, Renan Filho, é o melhor ministro da área que ele já teve em sua equipe. Renan Filho foi governador de Alagoas e é filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), outro aliado de Lula e arquirrival do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A obra da BR-101, que estava paralisada, foi retomada em janeiro a partir de recursos viabilizados pela PEC da Transição. A medida ampliou em R$ 18,8 bilhões o orçamento do Ministério dos Transportes para intensificar obras em rodovias e ferrovias do país.

Durante seu discurso, Lula agradeceu a deputados e senadores que votaram a favor da proposta e permitiram a retomada de obras. “A aprovação da PEC é a razão pela qual estou aqui hoje (quarta-feira) dizendo para vocês: o Brasil voltou a funcionar, o Brasil voltou a trabalhar. Vou precisar de todos deputados para fazer as mudanças que precisamos para o país”, disse.

“Daqui da cidade de Maruim, eu estou anunciando que mais de 14 mil obras que ficaram paralisadas no país nos últimos seis anos, essas obras vão voltar a funcionar, porque o Brasil precisa crescer, gerar emprego, renda, consumo, gerar educação, melhoria da qualidade de vida das pessoas”, completou Lula.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, explicou que o objetivo é entregar todos os trechos de obras da BR-101, que é fundamental para o desenvolvimento do Nordeste, até o fim do governo Lula. Segundo ele, a visita de Lula a essa obra simboliza a retomada de mais de 100 obras rodoviárias, de mesma proporção, no país.

“Temos 453 contratos no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no Ministério dos Transportes, que estavam ou paralisados ou recebendo menos recursos do que a necessidade que as obras tinham para andar no ritmo que as pessoas esperam”, disse Renan Filho.

Após visita ao canteiro de obras e cerimônia alusiva à visita, Lula participou de reunião-almoço com o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, e a bancada do estado no Congresso Nacional. A previsão é que a comitiva retorne a Brasília no fim da tarde.

“O Brasil não para mais. Vão ser quatro anos que vão valer por 40, de tanto que a gente vai trabalhar”, afirmou.  A máxima “40 anos em 4” foi utilizada em momentos da última campanha eleitoral e faz alusão ao lema “50 anos em 5”, slogan que elegeu Juscelino Kubitschek presidente da República em 1955. O Plano de Metas de JK previa grandes investimentos na infraestrutura nacional e se desdobrou, inclusive, na construção de Brasília e na transferência da capital para o interior do Brasil.

Sob o sol do Nordeste, Lula fez a visita às obras utilizando um boné do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Ele estava acompanhado pelos ministros Renan Filho (Transportes), Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-geral da Presidência) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).

Em rápida conversa com a imprensa, Lula voltou a dizer que vai andar pelo País anunciando obras de infraestrutura, saneamento básico e habitação. Na terça-feira, o presidente esteve em Santo Amaro, na Bahia, para o relançamento do programa Minha Casa, Minha Vida. “

 Lula agradeceu ao Congresso Nacional pela aprovação da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição, que abriu espaço fiscal de R$ 198 bilhões no orçamento deste ano. E brincou que, se faltar verba para concluir as obras paradas, o senador Rogério Carvalho (PT-SE), presente à visita, vai aprová-la no Senado.

Ao longo da visita, Lula afirmou ainda que o governo estuda “com carinho” como colocar em funcionamento o Canal do Xingó, em Sergipe, para garantir o abastecimento de água. “O ministro Waldez (Goés, da Integração Nacional) já preparou toda a parte técnica do canal do Xingó””, acrescentou Macêdo.