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Lula anuncia R$ 121,4 bilhões em investimentos do PAC em Minas Gerais

Além desses recursos, o estado será contemplado ainda com o PAC Seleções, que visa atender os projetos prioritários apresentados por prefeitos e governadores

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08 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Lula anuncia R$ 121,4 bilhões em investimentos do PAC em Minas Gerais
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de anúncio de pacote de investimentos para Minas Gerais, no Minascentro – Belo Horizonte - MG. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, na quinta-feira (8), um balanço das ações do governo federal em Minas Gerais e anunciou novos investimentos, entre eles R$ 121,4 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 36,7 bilhões são para obras exclusivas do estado e R$ 84,8 bilhões são de empreendimentos regionais que incluem Minas Gerais.

Além desses recursos, o estado será contemplado ainda com o PAC Seleções, que visa atender os projetos prioritários apresentados por prefeitos e governadores em áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura social e urbana e mobilidade. Na primeira etapa, estão previstos R$ 65,5 bilhões em investimentos em todo o país.

Durante evento, em Belo Horizonte, Lula destacou que a escolha das obras e ações são fruto do diálogo e da construção coletiva entre os gestores federais, estaduais e municipais.

“O que a gente vai anunciar não é um pensamento do governo federal é o resultado do compartilhamento de uma política pública civilizatória que nós resolvemos adotar no país porque o papel do presidente da República não é ficar preocupado a que partido pertence o governador, mas é ficar preocupado com o povo do estado que elegeu o seu governador,” disse.

Para o presidente, um dos problemas do país é a descontinuidade de obras de um governo para o outro. “Todo governante que entra, ele quer fazer a sua marca. E, se tiver uma obra importante feita por um outro governo, ele para sem nenhum pudor. Ele para e vai fazer a dele, porque ele quer a marca dele. A marca dele não é a melhoria da qualidade da vida do povo do estado, mas é o seu viaduto, a sua ponte, a sua estrada. O que é uma bobagem porque a gente mede a qualidade da obra de um estado pelo conjunto da obra que a gente faz”, destacou.

A apresentação contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de diversos ministros de Estado e outras autoridades.

Entre os anúncios Novo PAC, estão ações nas áreas de energia, saúde, educação e rodovias. Como exemplo, estão a retomada das obras do Hospital Universitário de Juiz de Fora, o acordo de uso futuro do terreno do aeroporto Carlos Prates, na capital mineira, propostas de apoio a agricultores atingidos pela seca no norte do estado e a criação de oito institutos federais.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou ao que uma convivência e conversa republicada é o que fará a vida dos mineiros melhorar. De acordo com o governador, há muito o que conversar com o chefe do Executivo.

“Na minha vida de gestor, aprendi que podemos pensar diferente, o que é normal, mas a boa convivência, sem extremismos, em uma conversa transparente e republicana, é o que vai fazer a vida dos mineiros melhorar”, disse o governador, em cerimônia de Anúncio de Pacote de Investimentos para o Estado na quinta-feira, 8.

“As obras, a geração de emprego e investimentos não têm ideologia. O benefício é para todos. Por isso, presidente, fico muito satisfeito com sua visita para melhorar a vida dos mineiros. Nós temos muito o que conversar”, acrescentou.

Após a fala, o governador entregou a Lula uma lista de ações e obras emergenciais que dependem de recursos do governo federal.

Lula se esquivou de perguntas sobre a sucessão no governo de Minas Gerais. Nos bastidores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem sido visto como um nome que pode receber a bênção do presidente para disputar o cargo. Lula disse ser cedo para debater o tema, mas afirmou que o nome de Pacheco é relevante em qualquer discussão sobre a política mineira.

“É tão distante a data da eleição que não dá para a gente discutir”, disse o presidente sobre as eleições de 2026, durante entrevista à Rádio Itatiaia. Lula, no entanto, pontuou que o líder “é possivelmente a grande personalidade pública de Minas Gerais no cenário Nacional”, destacando sua atuação no Senado. “Ele tem mais um ano de mandato no Senado, depois ele pode querer discutir (o governo de Minas)”.
“Eu acho que ele é uma figura que tem que ser levada em conta em qualquer discussão eleitoral em Minas Gerais”, disse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na manhã de quinta-feira, 8, durante anúncio de um pacote de investimentos do governo federal para Minas Gerais, que ele estará junto com o governador do Estado, na busca para uma solução da dívida do Estado com a União.

No evento com a presença do presidente, os dois trocaram elogios. Pacheco e Zema são adversários em Minas Gerais. O senador trabalha com a hipótese de se lançar ao governo do Estado em 2026, contra um aliado de Zema, ou novamente ao Senado, situação em que poderia enfrentar o próprio governador. Por causa disso, os dois chegaram a trocar farpas públicas recentemente.

No evento, Pacheco agradeceu o dirigente estadual por ter acolhido sua proposta para solução da dívida, “que não necessariamente interesse a mim ou a senhor, ou as instâncias políticas, mas que interessa ao povo de Minas Gerais”, disse.

Falando em se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Pacheco afirmou que o que está na mesa hoje é “uma solução que não é solução”. “É uma adesão a um regime que vai sacrificar servidores, vender ativos e ao invés de pagar, vai aumentar dívidas ao longo do tempo”, argumentou.

O debate sobre a sustentabilidade fiscal e financeira de Minas, continuou Pacheco, deve ser discutido após o carnaval.

Zema, que abriu a cerimônia, falou da necessidade de abordar a questão da dívida com “urgência” e disse confiar na atuação de Pacheco para destravar a questão. “Tenho certeza que, com o presidente Pacheco, com a secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda e com a ajuda do presidente nós encontraremos uma solução para esse problema”, disse.

Pacheco também dedicou parte do seu discurso na defesa da pacificação do debate político. “Nós temos um presidente da República que foi legitimamente eleito pelo povo com 60 milhões de votos. quem não votou no presidente Lula deve aceitar o resultado das urnas”, afirmou o senador. “Minha obrigação e meu dever cívico é ajudar o presidente a governar esse País”, concluiu.