Economia
Modernização

Lucro da Votorantim Cimentos subiu 28% e chegou a R$ 470 milhões

O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado da Votorantim somou R$ 1,6 bilhão no período.

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10 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Lucro da Votorantim Cimentos subiu 28% e chegou a R$ 470 milhões
No total, a dívida bruta da companhia ao final de junho era de R$ 11,2 bilhões no período e o prazo médio de vencimento era de 6,2 anos.

A Votorantim Cimentos fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 470 milhões, valor 28% maior ante os R$ 366 milhões apurados no mesmo período de 2022, de acordo com balanço publicado pela empresa na quinta-feira, 10.

O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 1,6 bilhão no período, uma alta de 17% ante o intervalo de abril e junho de 2022. Já a receita líquida caiu 3% em um ano, para R$ 6,9 bilhões.

A alavancagem, medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado, ficou em 1,64 vez no segundo semestre deste ano. O valor é 0,14 vez menor ante os três primeiros meses do ano e 0,35 inferior comparado ao segundo trimestre de 2022.

No total, a dívida bruta da companhia ao final de junho era de R$ 11,2 bilhões no período e o prazo médio de vencimento era de 6,2 anos. A posição de caixa da empresa cobre aproximadamente quatro anos de pagamento da dívida.

Os investimentos da companhia totalizaram R$ 475 milhões no segundo trimestre, 38% maior que no mesmo intervalo de 2022. “Explicado pela estratégia global de investimentos em modernização, como o projeto na nossa fábrica de Salto de Pirapora, no interior de São Paulo, e projetos atrelados aos nossos compromissos de descarbonização”, diz a companhia no release de resultados.

No segundo trimestre, as vendas globais de cimento da empresa somaram 9,5 milhões de toneladas, 1% a menos na comparação anual, mas 19% superior ante os três primeiros meses do ano.

No Brasil, a receita líquida da Votorantim Cimentos foi de R$ 3,2 bilhões no período, estável em relação ao mesmo intervalo do ano passado, apesar de um cenário de demanda mais adverso, destacou a companhia.

Na América do Norte, a receita líquida somou R$ 2,3 bilhões, o que representa um aumento de 12% em comparação ao mesmo período de 2022. Segundo a companhia, o resultado foi impulsionado pela gestão de preços no Canadá e nos Estados Unidos, com sólida demanda no mercado americano.

Na Europa, Ásia e África, a receita líquida atingiu R$ 975 milhões, avanço de 16% ante o mesmo intervalo de 2022. O resultado foi impulsionado principalmente devido a melhores preços em todos os países, forte dinâmica de mercado na Espanha, além da integração completa da nova fábrica em Málaga, aquisição concluída em novembro de 2022, além da recuperação do mercado da Turquia. “Esses impactos positivos foram suficientes para mitigar a valorização do real contra o euro no período”, diz a Votorantim Cimentos no release.

Na América Latina, a companhia registrou queda de 2% na receita líquida ante um ano, totalizando R$ 200 milhões. O resultado refletiu a retração de volume no Uruguai e redução de preço na Bolívia, ambos devido às dinâmicas de mercado.

A Votorantim realizou importantes avanços em seu programa de transformação em 2022. O ano foi marcado pela: conclusão da reorganização societária dos ativos de energia da Votorantim e do CPP Investments, que resultou na criação da Auren, empresa listada no Novo Mercado da B3 e uma das maiores plataformas de energia renovável do Brasil; pela ampliação da presença em infraestrutura, com a entrada no bloco de controle da CCR, uma das maiores companhias de infraestrutura e mobilidade da América Latina; e pela criação da 23S Capital, em parceria com a Temasek, que nasce com um mandato de investimentos de R$ 3,6 bilhões para teses de alto crescimento.

Ainda entre os principais movimentos em 2022, destacam-se: a parceria do banco BV com o Bradesco para a criação de uma nova gestora de investimentos independente; o avanço da internacionalização da Votorantim Cimentos, com a conclusão da aquisição de plantas no Sul da Espanha; o follow-on da CBA; e a criação da Evera, nova plataforma de ingredientes naturais da Citrosuco.

A Votorantim também lançou, no primeiro trimestre de 2023, em parceria com o CCP Investments, a Floen, empresa de investimento em soluções de transição energética. Desta forma, a Votorantim reforça a estratégia de avançar na agenda de transição energética e na pauta de investimentos para 2023.

“A Votorantim entregou uma performance robusta em 2022. Estamos entusiasmados com as recentes transformações do nosso portfólio e com as iniciativas que podem abrir caminhos para novas oportunidades no futuro. Para 2023, seguiremos tomando decisões estratégicas que nos permitam projetar um portfólio com retornos consistentes a longo prazo, mantendo a nossa disciplina para a alocação de capital e com a abordagem de diversificação dos ativos, no Brasil e no exterior”, diz João Schmidt, CEO da Votorantim.

“Em um cenário macroeconômico com diversos desafios, terminamos o ano com a estrutura de capital adequada na Votorantim S.A. e nas empresas que compõem o nosso portfólio. Fomos capazes de manter métricas de crédito saudáveis e mantivemos o grau de investimento pelas três maiores empresas globais de avaliação de crédito. A Votorantim está preparada para mais passos na transformação de seu portfólio”, diz Sergio Malacrida, CFO da Votorantim.

As empresas do portfólio seguem avançando em suas estratégias de descarbonização. Em 2022, Votorantim Cimentos, CBA e Nexa anunciaram o compromisso de chegar a 2050 com emissão neutra de carbono. O BV deu continuidade à compensação de emissão de CO2 de toda a frota financiada de veículos e a Citrosuco lançou seus compromissos ESG para 2030.

A CBA e a Reservas Votorantim realizaram a primeira emissão de créditos de carbono do Cerrado na América Latina. O projeto REDD+ Cerrado certificou 11,5 mil hectares no Legado Verdes do Cerrado, reserva de desenvolvimento sustentável em Niquelândia, Goiás, de propriedade da CBA e administrada pela Reservas Votorantim.

Com a chegada da Floen no portfólio, a pauta de descarbonização ganha ainda mais relevância na Votorantim, uma vez que a empresa investirá em tecnologias que impulsionem a transição energética e em modelos de negócios de alto crescimento que atendam à demanda crescente do setor.