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Líderes do G7 prometem fazer ‘definhar a máquina de guerra’ da Rússia

A cúpula do G7 já havia concordado anteriormente em adicionar mais sanções econômicas contra a Rússia para sufocar a guerra.

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20 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Líderes do G7 prometem fazer ‘definhar a máquina de guerra’ da Rússia
A intenção da cúpula é restringir o acesso de Moscou à toda a tecnologia do G7

Os líderes do Grupo dos Sete (G7) prometem “definhar a máquina de guerra da Rússia” em um comunicado divulgado na sexta-feira, 19. A intenção da cúpula é restringir o acesso de Moscou à toda a tecnologia do G7, a equipamentos industriais e a serviços que suportam a máquina de guerra russa. O grupo também anunciou que deve sancionar grupos acusados de transportar material de guerra para Moscou.

O G7 já havia concordado anteriormente em adicionar mais sanções econômicas contra a Rússia, além de renovar o compromisso de fornecer “suporte financeiro, humanitário, militar e diplomático” para a Ucrânia. A cúpula acrescentou que conseguiu “reduzir drasticamente” a sua dependência no setor de energia e commodities de Moscou.

“Estamos determinados a continuar neste caminho”, afirmaram os líderes em comunicado. “Reduziremos ainda mais a dependência de bens nucleares civis e relacionados da Rússia, inclusive trabalhando para ajudar os países que buscam diversificar seus suprimentos”, afirmou.

Segundo informações da Associated Press, um funcionário dos Estados Unidos afirmou sob condição de anonimato que Washington deve sancionar cerca de 70 entidades russas e de outros países que estariam envolvidos na produção de defesa da Rússia. O funcionário acrescentou que as outras nações do G7 tomariam medidas semelhantes para isolar ainda mais a Rússia e minar sua capacidade de travar uma guerra na Ucrânia.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a União Europeia deve costurar um plano para restringir o comércio de diamantes russos. A indústria de diamantes da Rússia, que tem o comércio avaliado entre 4 e 5 bilhões de dólares por ano (19,8 e 24,8 bilhões de reais) e representa uma importante fonte de receita para o Kremlin.

O Reino Unido também anunciou novas sanções que congelam os bens de 86 pessoas e organizações ligadas aos setores de energia, metais, defesa, transporte e financeiro da Rússia.

“Precisamos dar à Ucrânia as ferramentas agora para se defender com sucesso e recuperar a soberania total e a integridade territorial. Devemos fornecer à Ucrânia o apoio militar e financeiro necessário. E temos que fazer isso pelo tempo que for necessário”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, confirmou em rede nacional que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, participará da cúpula.

“Temos certeza de que nosso presidente estará onde a Ucrânia precisa dele, em qualquer parte do mundo, para resolver a questão da estabilidade de nosso país”, disse Danilov na sexta-feira. “Muitos assuntos importantes serão decididos lá, então a presença física é uma crucial para defender nossos interesses.” O presidente ucraniano está na Arábia Saudita para participar de uma cúpula de líderes árabes.

Líderes do Grupo dos 7 condenam também veementemente a produção de armas nucleares pela China, Rússia, Coreia do Norte e Irã. “A construção acelerada da China de seu arsenal nuclear sem transparência e diálogo representa uma preocupação para a estabilidade global”, afirmaram os representantes do G7.
O comunicado se posiciona contrário ao uso do equipamento nuclear feito pela Rússia na guerra contra a Ucrânia, e pede que o país não realize testes nucleares e tampouco utilize seu arsenal para ameaçar e persuadir a nação rival.

O grupo pondera que os países devem fornecer relatórios nacionais e respeitar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT, na sigla em inglês), que entrou em vigor em 1970 e defende o uso de armas como estratégia exclusivamente de defesa.

O G7 considera fundamental a aprovação do Tratado de Proibição Abrangente de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), e destaca que qualquer teste com bombas nucleares não será apoiado pelos países integrantes.

As ameaças de testes nucleares na Coreia do Norte não serão aceitas, afirma o grupo, que é enfático quanto à manipulação de material radioativo pelo país: “A Coreia do Norte não pode e nunca terá o status de um Estado com armas nucleares sob o TNP”. O mesmo posicionamento se repete sobre o programa nuclear do Irã, que o grupo avalia estar se desenvolvendo aceleradamente.

A nota manifesta interesse no uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos de ciência e tecnologia, e clama para que países adotem o desarmamento nuclear. “Instamos todos os Estados a levarem a sério suas responsabilidades para atender aos mais altos padrões de proteção e segurança”, afirma.