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Israel inicia retaliação ao Irã com ataque a base militar

A ofensiva teve como alvo uma área ao redor de Isfahan, ao sul de Teerã, onde o Irã mantém uma base militar, uma fábrica de drones e instalações nucleares.

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20 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Israel inicia retaliação ao Irã com ataque a base militar
Israel está sob pressão dos Estados Unidos e da Europa para moderar a resposta ao Irã.

Israel iniciou na madrugada de sexta-feira, 19, a retaliação ao Irã pelo ataque do sábado, 13, segundo uma fonte com conhecimento do assunto. O movimento agrava o risco de uma guerra entre os dois países.

A ofensiva teve como alvo uma área ao redor de Isfahan, ao sul de Teerã, onde o Irã mantém uma base militar, uma fábrica de drones e instalações nucleares. O país ativou os sistemas de defesa aérea em diversas províncias, após detectar objetos voadores suspeitos.

A agência de notícias estatal IRNA informou não ter registrado quaisquer danos ou explosões em grande escala em qualquer parte do país e que nenhum incidente foi relatado nas instalações nucleares iranianas. Os voos comerciais foram suspensos pelo Irã na noite da quinta-feira, 18, mas retomados na manhã de sexta.

Não há informações precisas sobre a extensão ou o impacto da ação israelense, que foi entendida como uma resposta ao ataque do Irã, que envolveu mais de 300 drones e mísseis – a maioria dos artefatos foi abatida pela defesa antiaérea de Israel. A ofensiva iraniana, por sua vez, foi uma resposta a um ataque atribuído a Israel que matou altos oficiais iranianos em Damasco, na Síria.

Israel está sob pressão dos Estados Unidos e da Europa para moderar a resposta ao Irã. Já o governo iraniano fez diversos alertas, nos últimos dias, de que responderia agressivamente a qualquer ataque israelense.

O G7 está muito preocupado com a contínua guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e com a sua retórica e ações nucleares irresponsáveis, bem como com o avanço contínuo da Coreia do Norte e do Irã nos programas de mísseis nucleares e balísticos. Em comunicado emitido após reunião de ministros das Relações Exteriores do grupo, a visão é de que “estes desenvolvimentos colocam sérios desafios à paz e à segurança internacionais e exigem a nossa determinação unida na defesa dos regimes globais de desarmamento e de não-proliferação”.

Além disso, o G7 condena nos termos mais veementes a crescente cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, incluindo a exportação pela Coreia do Norte e a aquisição de mísseis balísticos norte-coreanos pela Rússia, bem como a utilização destes mísseis pela Rússia contra a Ucrânia.

“Estamos também profundamente preocupados com a possibilidade de qualquer transferência de tecnologia relacionada com mísseis nucleares ou balísticos para a Coreia do Norte. Reiteramos o nosso compromisso de combater a evasão de sanções e reforçar a aplicação”, afirma o grupo.

A Agência Internacional de Energia (AIE), braço da Organização das Nações Unidas, confirmou na sexta-feira, 19, em mensagem no X (ex-Twitter), que não há estragos a instalações nucleares do Irã.  A AIEA ainda pede “máxima cautela” a todos os envolvidos nas tensões no Oriente Médio “e reitera que as instalações nucleares nunca devem ser alvo em conflitos militares”. “A AIEA monitora a situação muito de perto”, acrescenta a mensagem.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu na sexta-feira, 19, no Twitter que sejam interrompidas as hostilidades no Oriente Médio. “É a hora de interromper o perigoso ciclo de retaliação no Oriente Médio. Eu condeno qualquer ato de retaliação e apelo à comunidade internacional para trabalhar juntos e impedir qualquer acontecimento a mais que poderiam levar a consequências devastadoras para toda a região e para além dela”, afirma a mensagem.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, divulgou na sexta-feira também uma breve mensagem no X (ex-Twitter), no qual reforça a importância de que seja evitada uma escalada nas tensões entre Israel e o Irã. O comentário é veiculado horas após um aparente ataque israelense contra a cidade iraniana de Isfahan, aparentemente com efeitos modestos e sem sinal de retaliação de Teerã, ao menos por enquanto.

“Em relação à nova situação no Irã: pedimos a todos que continuem a contribuir para a desescalada no futuro. Desescalada continua a ser a ordem do dia. Falaremos sobre isso com todos nossos amigos e aliados e trabalhamos junto com eles nessa direção”, afirmou Scholz.