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Israel ataca bairros da Faixa de Gaza

Autoridades israelenses prometem manter uma retaliação, após o ataque surpresa do fim de semana do Hamas.

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10 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Israel ataca bairros da Faixa de Gaza
Aviões de combate de Israel atacaram a Faixa de Gaza por bairro na terça-feira, 10, reduzindo prédios a escombros e enviando pessoas para buscar ajuda no pequeno território cercado.

Aviões de combate de Israel atacaram a Faixa de Gaza por bairro na terça-feira, 10, reduzindo prédios a escombros e enviando pessoas para buscar ajuda no pequeno território cercado. Autoridades israelenses prometem manter uma retaliação, após o ataque surpresa do fim de semana do Hamas.

Organizações humanitárias pediram a criação de corredores humanitários para levar ajuda à Faixa de Gaza, e advertiam que os hospitais estavam sobrecarregados com feridos, enquanto os suprimentos estavam acabando. Israel interrompeu todo acesso de alimentos, combustível e medicamentos para Gaza, e o único acesso restante, do Egito, foi fechado na terça-feira após ataques aéreos perto da passagem fronteiriça.

O Egito apresentou pedidos para levar caminhões de ajuda para a Faixa de Gaza, mas Israel não apenas rejeitou a solicitação como sinalizou que eventuais veículos que tentem entrar no território serão bombardeados.

O conflito começou após militantes do Hamas atacarem Israel, no sábado, levando os confrontos às ruas pela primeira vez em décadas. Ao menos 1.600 mortes ocorreram dos dois lados, e talvez centenas de outras também. O Hamas e outros grupos militantes em Gaza mantêm mais de 150 soldados e civis reféns, segundo a administração israelense.

Israel expandiu a mobilização de reservistas a 36 mil na terça-feira, segundo a mídia local. Após dias de confrontos, os militares israelenses disseram na manhã de terça-feira que retomaram o controle efetivo de áreas atacadas pelo Hamas no Sul, bem como da fronteira em Gaza.

A questão agora é se Israel lançará um ataque por terra em Gaza, uma faixa de 40 quilômetros entre Israel, o Egito e o Mar Mediterrâneo na qual vivem 2,3 milhões de pessoas. A Faixa de Gaza é governada pelo Hamas desde 2007. Os militares israelenses disseram que realizaram centenas de ataques na última noite no bairro de Rimal, em Gaza, onde se localizam ministérios do governo local.

Militares de Israel disseram ainda que conseguiram “restaurar o controle total” sobre a fronteira com a Faixa de Gaza. Nenhum integrante do Hamas conseguiu entrar em Israel desde a noite da véspera, de acordo com o porta-voz do Exército israelense, Richard Hect.

Ele afirmou também que os militares atacaram centenas de alvos do Hamas em Gaza. Na manhã de terça, aviões de guerra israelenses bombardearam o centro da cidade, onde estão localizadas bases do movimento terrorista.

O porta-voz afirmou também que os moradores da região estavam sendo notificados nas redes sociais antes do começo dos ataques para que deixassem suas casas.

Richard Hect sugeriu ainda que os palestinos tentassem sair pela passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza a Península do Sinai, no Egito.

A Defesa de Israel informou também que atingiu alvos do grupo terrorista Hezbollah no Líbano. A ofensiva foi uma resposta a mísseis lançados do território libanês na terça mais cedo, segundo comunicado publicado nas redes sociais do órgão.  A IDF Força de Defesa Israelense está preparada para todos os cenários e continuará protegendo os residentes do Estado de Israel”, afirma a nota.

Porta-voz da pasta, Daniel Hagari revelou que foram identificados 15 lançamentos vindo do território do Líbano, dos quais quatro foram interceptados e outros 10 caíram em áreas abertas.

A expectativa é que o conflito apenas se intensifique a partir de agora. Israel ampliou a mobilização de reservistas para 360 mil na terça, segundo a mídia do país.

Uma questão importante é se Israel irá lançar ou não uma ofensiva terrestre em Gaza – uma pequena faixa de terra encravada entre Israel, o Egito e o Mediterrâneo, com população de 2,3 milhões de pessoas e que é governada pelo Hamas desde 2007.

Diante do acirramento do conflito, a companhia espanhola Inditex, que controla uma série de franquias incluindo a Zara, fechou temporariamente suas 84 lojas em Israel. O aviso sobre as condições da varejista consta nas páginas israelenses das franquias.

Além da informação sobre as unidades físicas, a empresa avisou que os prazos para a devolução de peças serão ampliados.

Em outubro de 2022, palestinos organizaram um boicote contra a empresa depois que o franqueado de suas lojas israelenses recebeu o parlamentar Itamar Ben-Gvir, visto como abertamente anti-Palestina, em sua casa.

Na ocasião, houve manifestações e até queima de peças de roupa da Zara em público. No caso da concorrente sueca H&M, também há relatos sobre o fechamento de lojas. No entanto, neste momento, o site oficial da empresa em Israel apenas alerta sobre possíveis atrasos nas entregas de produtos.