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Bombardeio

Israel admite ter matado mentor do atentado terrorista de 7 de outubro

O ataque teve como alvo um complexo nos arredores de Khan Younis e resultou na morte de mais de 90 pessoas

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01 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Israel admite ter matado mentor do atentado terrorista de 7 de outubro
As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram na quinta-feira, 1, que o comandante militar do grupo terrorista Hamas, Mohammed Deif, morreu

As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram na quinta-feira, 1, que o comandante militar do grupo terrorista Hamas, Mohammed Deif, morreu em um bombardeio em julho em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

O ataque teve como alvo um complexo nos arredores de Khan Younis e resultou na morte de mais de 90 pessoas, incluindo civis deslocados em tendas próximas, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.

O anúncio acontece logo após a morte em Teerã do líder do gabinete político do grupo terrorista, Ismail Haniyeh, em um ataque que Irã e Hamas atribuíram a Israel.

“As FDI (Forças de Defesa de Israel) anunciaram que, em 13 de julho de 2024, aviões de combate das FDI bombardearam a área de Khan Yunis e, após uma avaliação de inteligência, é possível confirmar que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, afirma um comunicado militar. “Deif iniciou, planejou e executou o massacre de 7 de outubro”, afirmou o Exército em referência ao ataque do Hamas contra o sul de Israel, que deixou 1.200 mortos, segundo balanço baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que o ataque de 13 de julho matou mais de 90 pessoas, mas o grupo terrorista negou que o comandante militar estivesse entre as vítimas. A suposta bomba de 900 quilos lançada pelas forças israelenses ao redor da casa onde suspeitavam que Deif estava refugiado com um de seus auxiliares provocou uma cratera enorme.

Na posição de comandante do braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin al-Qasam, Deif era um dos homens mais procurados por Israel há três décadas e estava na lista do governo dos Estados Unidos de “terroristas internacionais” desde 2015.

O Exército israelense afirma que Deif foi responsável por vários ataques contra Israel durante anos. Deif trabalhava ao lado de Yahya Sinwar, comandante do Hamas dentro de Gaza, segundo as FDI.

“Durante a guerra, ele comandou atividades terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, emitindo ordens e instruções a altos funcionários do braço militar do Hamas”, acrescentou o Exército.

Durante o ataque de 7 de outubro do ano passado, o grupo terrorista também sequestrou 250 pessoas – 115 ainda estão na Faixa de Gaza, mas cerca de um terço morreu no cativeiro do Hamas.

A campanha militar de represália israelense em Gaza matou ao menos 39.480 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, controlado pelo grupo terrorista.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e representantes de milícias palestinas apoiadas pelo regime iraniano fizeram uma oração sobre os caixões do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e do guarda-costas dele, na quinta-feira, 1, em Teerã. Ambos foram mortos na véspera em um bombardeio realizado pelas forças de Israel na capital iraniana. O episódio ampliou o risco de escalada da guerra no Oriente Médio.

Khamenei permaneceu ao lado do presidente do país, Masoud Pezeshkian, durante o velório de Haniyeh na Universidade de Teerã. Imagens da televisão estatal mostraram imagens dos corpos sendo levados para a Praça Azadi em um caminhão, em meio a homenagens da população local.

Após o funeral na capital do Irã, o corpo de Haniyeh será transportado para o Catar na sexta-feira, 2, onde será enterrado O líder do Hamas vivia exilado no país árabe. Haniyeh viajou a Teerã para comparecer à posse de Pezeshkian na presidência do Irã, na terça-feira, 30. Na madrugada do dia seguinte, Haniyeh foi morto no bombardeio à casa em que costumava se hospedar.

O regime iraniano prometeu vingança contra Israel pelo assassinato do líder do grupo palestino.