Economia
Passagem aérea

IPCA registrou aumento de 0,24% em outubro

A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,75% até o mês de outubro. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,82% até outubro, ante taxa de 5,19% até setembro.

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10 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
IPCA registrou aumento de 0,24% em outubro
Os preços de Transportes subiram 0,35% em outubro, após alta de 1,40% em setembro.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou outubro com alta de 0,24%, ante um avanço de 0,26% em setembro, informou na sexta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,75% até o mês de outubro. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,82% até outubro, ante taxa de 5,19% até setembro.

O resultado acumulado em 12 meses ficou também ligeiramente abaixo da mediana das projeções, de 4,87%, com intervalo de estimativas que ia de 4,75% a 4,96%.

Os preços de Transportes subiram 0,35% em outubro, após alta de 1,40% em setembro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,07 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,24% no mês passado ante alta de 0,26% em setembro. Os preços de combustíveis tiveram queda de 1,39% em outubro, após avanço de 2,70% no mês anterior.

A gasolina caiu 1,53%, após ter registrado alta de 2,80% em setembro, enquanto o etanol recuou 0,96% nesta leitura, após queda de 0,62% na última.

As famílias brasileiras gastaram 0,02% a mais com habitação em outubro, sem pressão para a taxa de 0,24% registrada pelo IPCA no mês. A variação positiva de 0,02% do grupo Habitação em outubro representou contribuição zero para o indicador de inflação do IBGE. Em setembro, o grupo havia apresentado alta de 0,47% e gerado impacto positivo de 0,47 ponto porcentual para o índice geral de 0,26% do período.

Em outubro, conforme o IBGE, houve alta de 0,37% na taxa de água e esgoto, devido a reajuste de 6,75% em Salvador a partir de 25 de setembro (que não havia sido incorporado no IPCA de setembro) e de 14,43% em Fortaleza a partir de 29 de outubro.

Por outro lado, a energia elétrica residencial recuou 0,58%, gerando um impacto negativo de 0,02 ponto porcentual no IPCA.

Apesar da queda, houve reajustes em três áreas de abrangência: em Goiânia, de 5,91% a partir de 22 de outubro; em Brasília, de 9,65% a partir de 22 de outubro; e São Paulo, de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 23 de outubro.

A pressão sobre a inflação da alta de 23,70% na passagem aérea foi parcialmente compensada pelo alívio advindo da queda de 1,53% no preço da gasolina.

O ranking de maiores pressões sobre o IPCA de outubro foi puxado por passagem aérea, com 0,14 ponto porcentual (p.p.), seguida pelo emplacamento e licença (0,05 p.p.), plano de saúde (0,03 p p.), arroz (0,02 p.p.) e batata-inglesa (0,02 p.p.).

Na direção oposta, os principais alívios partiram da gasolina (-0,08 p.p.), leite longa vida (-0,04 p.p.), energia elétrica residencial (-0,02 p.p.), seguro voluntário de veículo (-0,02 p p.) e produto para pele (-0,01 p.p.).

O excesso de chuvas nas lavouras e a demanda maior por exportações restringiram a oferta de alguns itens alimentícios em outubro, encerrando assim uma sequência de quatro meses seguidos de quedas nos preços, vista de junho a setembro.

“O aumento no volume de chuvas prejudica a colheita e acaba reduzindo a oferta do produto no mercado, o que acaba induzindo um aumento de preços”, justificou André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, mencionando itens como batata e cebola, que ficaram mais caros em outubro.

O grupo Alimentação e bebidas saiu de um recuo de 0,71% em setembro para uma elevação de 0,31% em outubro, contribuindo com 0,07 ponto porcentual para a taxa de 0,24% do IPCA de outubro. A alimentação para consumo no domicílio subiu 0,27% em outubro, após também ter recuado por quatro meses seguidos. As famílias pagaram mais no mês pela batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e carnes (0,53%). Na direção oposta, ficaram mais baratos em outubro o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).

Almeida acrescentou que a oferta de arroz e manga se reduziu também por exportações maiores dos produtos, num momento de uma demanda estável no mercado consumidor doméstico. Questionado sobre uma possível pressão sazonal sobre os preços dos alimentos, Almeida explicou que houve sim aumento de preços alimentícios entre outubro e dezembro nos últimos anos. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,42% em outubro. A refeição fora de casa subiu 0,48%, e o lanche aumentou 0,19%.

O grupo Alimentação e bebidas vinha de uma queda acumulada de 2,65% entre junho e setembro, puxada pelo custo da alimentação para consumo no domicílio, com retração de 4,01% no período.
Apesar da alta em outubro, o grupo alimentação e bebidas ainda acumula uma queda de 0,70% no ano, ou seja, de janeiro a outubro de 2023. A alimentação no domicílio acumula redução de 2,56% no ano até outubro.

Os preços das carnes acumulam queda de 11,08% de janeiro a outubro de 2023. Os preços das aves e ovos acumulam recuo de 8,06% no ano, enquanto os óleos e gorduras já caíram 17,51%. Os preços de tubérculos, raízes e legumes diminuíram 14,54% no ano. O feijão carioca acumula queda de 23,11%.