Economia
Alimentação

IPCA-15 registrou queda de 0,07% em julho

O resultado surpreendeu, com queda maior do que a mediana das estimativas de analistas do mercado financeiro

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25 de julho de 2023
Vinicius Palermo
IPCA-15 registrou queda de 0,07% em julho
Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,40% em julho.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) caiu 0,07% em julho, após ter avançado 0,04% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi mais negativo do que a mediana das estimativas de analistas do mercado financeiro, que era de -0,03%, com intervalo que ia de queda de 0,4% até alta de 0,09%.

Com o resultado anunciado na terça-feira, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,09% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 3,19%, ante taxa de 3,40% até junho, segundo o IBGE. Nesta base de comparação, as projeções iam de avanço de 2,80% a 3,36%, com mediana de 3,23%.

Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,40% em julho, após queda de 0,51% em junho no IPCA-15. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,09 ponto porcentual para o IPCA-15, que caiu 0,07% no mês.

A queda de 0,40% nos preços de alimentos e bebidas em julho, que contribuiu para a deflação maior que a esperada no IPCA-15 do mês, foi puxada pela redução nos preços da alimentação em domicílio (0,72%) e, em particular, de alguns produtos amplamente consumidos pelos brasileiros.

No topo da lista está o feijão-carioca, com queda de 10,20% nos preços em julho ante junho, seguido por óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e carnes (-2,42%). A batata-inglesa e o alho fizeram um contraponto, com aumentos de 10,25% e de 3,74% nos preços, respectivamente.

O custo da alimentação fora do domicílio acelerou o ritmo de alta a 0,46% em julho, após encarecer 0,29% em junho, em virtude da alta mais intensa do lanche (0,34% em junho para 1,02% em julho), afirma o IBGE. O custo da refeição subiu com menos intensidade neste mês, em 0,17%, do que no mês passado (0,28%).

A queda de 0,07% do IPCA-15 em julho foi a mais intensa para o período desde julho de 2017, quando o indicador havia caído 0,18%. Se levados em consideração os demais meses, o recuo foi o mais intenso desde setembro do ano passado, quando o índice caiu 0,37%.

A queda de 0,07% no IPCA-15 de julho ante junho foi resultado de quedas nos preços em seis das onze regiões pesquisadas, segundo o IBGE. A variação mais negativa foi em Goiânia (-0,52%), influenciada pela queda de 7,31% na energia elétrica residencial. Também houve queda nos preços no Rio de Janeiro (-0,30%), em Fortaleza (-0,22%), em Salvador (-0,20%), em São Paulo (-0,16%) e em Brasília (-0,14%).

A maior alta foi em Porto Alegre (0,34%), diante do aumento nos preços da gasolina (3,78%) e da passagem aérea (13,87%). Os preços também subiram em Recife (0,31%), Curitiba (0,15%), Belo Horizonte e Belém (de 0,10% em ambos os casos).

O aumento no preço da gasolina ao consumidor final em julho sustentou o IPCA-15, evitando recuo ainda maior do índice de inflação oficial do meio de mês (-0,07%). Segundo os técnicos do IBGE, o preço da gasolina subiu 2,99% no período e, sozinho, contribuiu com 0,14 ponto porcentual para a variação do índice.

A alta no preço do insumo este mês está diretamente ligada ao retorno da cobrança integral de PIS/Cofins sobre o combustível. Em junho, a gasolina havia registrado queda de 3,40% no IPCA-15.
Outro combustível que viu os preços aumentarem foi o gás veicular (+0,06%). Demais insumos da cadeia de combustíveis viram os preços recuarem: óleo diesel e etanol caíram 3,48% e 0,70% respectivamente, informou o IBGE.

Dentro do grupo Transportes, e na contramão da gasolina, o preço dos automóveis novos caiu 2,34% em julho, após uma queda de 0,84% no mês anterior. O movimento se deve ao subsídio federal às montadoras, que barateou o preço final dos veículos ao consumidor.

Outra queda destacada pelo IBGE em julho aconteceu no preço das tarifas de ônibus urbano (-0,72%), ligada à redução de 25% nas tarifas em Belo Horizonte (-5,17%), a partir de 8 de julho. A alta nos preços das passagens aéreas, que também integram o grupo dos Transportes, desacelerou a 4,7% em julho, de 10,70% em junho, de acordo com o IBGE.