Economia
Déficit melhor

Mercado prevê manutenção da inflação em 4,02%

Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção continuou em 4,02%.

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06 de março de 2023
Vinicius Palermo
Mercado prevê manutenção da inflação em 4,02%
A estimativa para a inflação de 2026 avançou de 3,75% para 3,77%, contra 3,50% um mês antes.

A projeção para o IPCA – índice oficial de inflação – deste ano seguiu em 5,90% após 11 altas consecutivas. Um mês antes, a mediana era de 5,78%. Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção continuou em 4,02% pela segunda semana seguida, de 3,93% há quatro semanas.

Considerando somente as 57 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 cedeu de 5,93% para 5,91%. Para 2024, variou de 4,05% para 4,01%, considerando 53 atualizações no período.

Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e, com maior peso, de 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022.

Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%. A mediana para o IPCA de 2025 também continuou em 3,80%, de 3,50% há um mês.

Já a estimativa para o IPCA de 2026 avançou de 3,75% para 3,77%, contra 3,50% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,6% em 2023 e 3,4% para 2024. O colegiado ainda inseriu um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante. Nesse cenário, as projeções são de 5,5% para 2023 e 2,8% para 2024. O Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida.

O cenário da moeda norte-americana em 2023 e 2024 ficou estável nesta semana. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana permaneceu em R$ 5,30, repetindo a mediana de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Para 2024, o Relatório Focus mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%, mesma projeção há dez semanas. Em relação a 2025, a mediana seguiu em 1,80%, contra 1,89% de quatro semanas antes.

O Focus ainda trouxe a estimativa para 2026, que está em 2,00% há 51 semanas.
A projeção para o déficit primário em 2023 melhorou no Boletim Focus, de 1,03% para 1,00% do PIB, contra 1,10% quatro semanas antes. Para o déficit nominal este ano, a mediana continuou em 7,85% na última semana, de 8,10% do PIB há um mês.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa caiu de 61,23% para 61,00% do PIB, de 61,45% há um mês.

Para 2024, a projeção para o rombo primário cedeu de 0,80% para 0,75% do PIB, enquanto o déficit nominal previsto variou de 7,20% para 7,35% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 1,00% e 7,05% do PIB, nessa ordem. No caso da dívida, a estimativa foi mantida em 64,00% do PIB, de 64,38% quatro semanas antes.

Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para o superávit da balança comercial em 2023 no Boletim Focus. A projeção cedeu de US$ 57,35 bilhões para US$ 57,00 bilhões, contra US$ 57,60 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana subiu de US$ 54,50 bilhões para US$ 55,00 bilhões, de US$ 53,90 bilhões há quatro semanas.

Em relação à estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023, a mediana deficitária continuou em US$ 50,00 bilhões, de US$ 47,00 bilhões um mês atrás. Para o ano que vem, a estimativa deficitária passou de US$ 50,25 bilhões para US$ 51,50 bilhões, de US$ 50,00 bilhões há quatro semanas. Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.

A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.