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Inflação alta

Índice de preços avança 0,6% nos EUA em janeiro

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve crescimento de 0,6%.

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24 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Índice de preços avança 0,6% nos EUA em janeiro
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na sexta-feira que o relatório com os dados do índice de preços de gastos com consumo mostra que "fizemos progressos na questão da inflação".

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,6% em janeiro ante dezembro do ano passado, informou na sexta-feira, 24, o Departamento do Comércio. Na comparação anual, a alta foi de 5,4%.

Já o núcleo do índice de preços de gastos com consumo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também teve crescimento de 0,6% em janeiro ante dezembro. O consenso de analistas consultados pelo The Wall Street Journal era de alta menor, de 0,5%. Na comparação anual, a alta foi de 4,7%, superior ao aumento de 4,4% projetado pelos analistas. O PCE é a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na sexta-feira que o relatório com os dados do índice de preços de gastos com consumo mostra que “fizemos progressos na questão da inflação”. Entretanto, ele pondera que há mais trabalho a fazer.

“Como já disse há muito tempo, pode haver contratempos ao longo do caminho, mas enfrentamos os desafios econômicos globais em uma posição de força. E não permitirei que meus amigos republicanos no Congresso minem essa força”, destacou o presidente dos EUA, em comunicado divulgado pela Casa Branca.

A renda pessoal nos Estados Unidos subiu 0,6% em janeiro ante dezembro. O resultado, porém, ficou bem abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall street Journal, que previam alta de 1,2% no período.

Os gastos com consumo, por sua vez, aumentaram 1,8% em janeiro ante dezembro, superando o consenso do levantamento do WSJ, de ganho de 1,4%.

Os dados de renda pessoal de dezembro ante novembro foram revisados, de alta de 0,2% para acréscimo de 0,3%, assim como os de gastos com consumo, de queda de 0,2% para declínio de 0,1%.

O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos, elaborado pela Universidade de Michigan, avançou de 64,9 em janeiro para 67,0, na leitura final de fevereiro. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta menor, a 66,4.

As expectativas para a inflação em 12 meses subiram 3,9% em janeiro para 4,1% em fevereiro. Já para o intervalo de cinco anos, as expectativas de inflação se mantiveram em 2,9% neste mês.

O diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Philip Jefferson afirmou que a instituição está lidando com a alta recente na inflação “prontamente e com força”, de modo a preservar a credibilidade e também deixar as expectativas de inflação no longo prazo “bem ancoradas”.

Jefferson argumentou que é importante levar em conta a história para analisar o quadro, mas também enfatizou o quanto é singular o contexto atual, pelos reflexos da pandemia e seus efeitos.

Ele disse que a situação atual é distinta em ao menos quatro aspectos: os problemas sem precedentes nas cadeias de produção global; o efeito duradouro nas taxas de participação da força de trabalho; a maior credibilidade do banco central norte-americano, em comparação com os anos 1960 e 1970; e a atuação decidida do Fed para responder ao quadro atual.

As vendas de moradias novas nos Estados Unidos subiram 7,2% em janeiro ante dezembro de 2022, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 670 mil unidades. O resultado ficou muito acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam crescimento de 0,6%, indicando vendas de 620 mil unidades. O ritmo anualizado de vendas de dezembro foi revisado para cima, de 616 mil para 625 mil unidades.