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Águas ultraprofundas

IBP destaca potencial de produção de barris de petróleo em Sergipe

Com o intuito de preparar gestores sergipanos e entidades correlacionadas ao setor no estado, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) ministrou o Workshop “Diálogos de Energia”

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26 de julho de 2023
Vinicius Palermo
IBP destaca potencial de produção de barris de petróleo em Sergipe
Diante das novas descobertas, Sergipe passa por um momento de desinvestimento da Petrobras em campos de águas rasas.

Diante da descoberta de expressivas reservas em águas ultraprofundas em Sergipe, o estado desponta no setor energético brasileiro, com a previsão de produção de grandes volumes de petróleo e gás em 2028. Com o intuito de preparar gestores sergipanos e entidades correlacionadas ao setor no estado, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) ministrou o Workshop “Diálogos de Energia”, realizado em Aracaju.

O evento foi promovido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) de Sergipe, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio) e a Sergipe Gás S/A (Sergas).

Apresentando o tema “Upstream Nacional: desinvestimentos, oportunidades, oferta, demanda e preços”, Júlio Moreira, diretor executivo de Exploração e Produção do IBP, ressaltou a grande quantidade de oferta energética prevista para o estado, com perspectiva de produção de 240 mil barris de petróleo por dia e 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

“O alinhamento estratégico com Sergipe é fundamental para o país, pois o estado tem e terá uma participação importante no abastecimento dessa matriz energética com gás natural a ser produzido aqui na costa”, completou o executivo.

Diante das novas descobertas, Sergipe passa por um momento de desinvestimento da Petrobras em campos de águas rasas. A estatal passou então a concentrar seus investimentos em águas profundas e ultraprofundas no estado, que tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos, com alta produtividade e menores emissões de gases de efeito estufa.

Júlio Moreira, avaliou a relevância da futura produção sergipana. “As perspectivas para o estado são excelentes, com a descoberta de importantes reservas de gás natural, que vão propiciar o desenvolvimento industrial do estado à medida em que as reservas forem transportadas e trazidas para o continente”.

O gás natural terá um papel importante na transição energética, como destacou a diretora executiva de Gás Natural do IBP, Sylvie D’Apote, que apresentou o painel “O mercado de gás natural e a regulação no Brasil e o Programa Gás para Empregar”. De acordo com Sylvie, Sergipe já está no mapa do óleo e gás há muitos anos, mas com as novas descobertas em águas profundas, o estado dará um grande salto na produção.

“Esse gás é importante porque tem várias características. A principal é que ele não é substancialmente associado ao petróleo. No pré-sal, por exemplo, o petróleo é associado ao gás. Já aqui, a situação se inverte, e o que se tem é o gás associado ao petróleo. Isso quer dizer que esse gás é mais flexível, pode acompanhar melhor a evolução da demanda, que é variável. Nosso país carece desse gás”, destacou Sylvie.

A diretora ressaltou ainda a perspectiva de preços diante desta realidade em Sergipe. “Além do estado ter várias fontes energéticas, possui também um terminal de regaseificação, que está conectado ao mundo e em breve estará conectado também à rede de transportes. Ter muitas fontes para escolher é positivo, pois cria competição e repercute no mercado com a modicidade de preço”, completou a diretora executiva de Gás Natural do IBP.

O Brasil tem avançado no sentido da descarbonização para uma matriz energética mais limpa, como destacou a diretora executiva de Downstream do IBP, Valéria Lima, durante o painel “Processamento e capacidade de refino no Brasil: expansão, importação, preço e biocombustíveis”. A diretora explica que ainda há uma perspectiva de produção de derivados do petróleo, como gasolina e óleo diesel, mas que o Brasil também caminha para o desenvolvimento de biocombustíveis.

“Sergipe está dando um passo muito importante para o desenvolvimento de uma mão de obra compatível com os recursos petrolíferos e gasíferos que o Estado tem. O petróleo ainda vai continuar sendo a principal matriz energética do mundo por um tempo e o mercado brasileiro de derivados é o oitavo maior mercado do mundo. As estatísticas indicam que, mesmo com a transição energética, ainda vamos crescer o consumo de derivados até o início da década de 40. Apesar disso, o percentual de renovável no diesel ainda pode crescer com a introdução de novas tecnologias. O Brasil está investindo nisso”.

O Governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, destacou a importância da preparação para o futuro promissor do estado. “Nós vamos viver um novo momento a partir de 2028. Temos que preparar a nossa população, preparar a mão de obra e atrair investidores para aproveitar a oportunidade de ter o gás na porta.

Sergipe tem ainda uma posição geográfica estratégica, entre a Bahia e Pernambuco, dois grandes pólos. Temos grandes vantagens relacionadas à nossa matriz energética, somos um destaque no setor de fertilizantes. Enfim, é um potencial gigantesco, que faz de nós a grande estrela do petróleo e do gás”, enfatizou.

Outros executivos do IBP participaram do evento como Carlos Victal, gerente de Sustentabilidade do IBP, com o Painel “Projetos de descarbonização na indústria de gás”; e Melissa Fernandez, gerente de Tecnologia e Inovação do IBP, com o Painel “Inovação, Tecnologia e P&D”.

“Sergipe tem uma grande oportunidade de materializar o conceito do desenvolvimento sustentável, aliando o desenvolvimento econômico ao social e ambiental”, reforçou Carlos Victal. Melissa Fernandez completou, “o estado de Sergipe tem diversas ferramentas tecnológicas para viabilizar projetos. Esperamos retornar para conhecer o Parque Tecnológico de Sergipe e suas potencialidades”.

Também presente no workshop, a coordenadora do Núcleo de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Lilia Barreto, reforçou a perspectiva das oportunidades geradas para o mercado de trabalho. “A UFS, além de ter dentro da sua estrutura cursos voltados diretamente para a formação de recursos humanos que são abraçados diretamente pela cadeia de petróleo e gás natural, também conta com um núcleo dedicado ao setor, com 17 unidades laboratoriais que atende a toda a cadeia”.

Por meio da difusão de conhecimento técnico de qualidade, o IBP está envolvido com os principais avanços da indústria brasileira. A UnIBP, Universidade do Setor de Petróleo e Gás, criada pelo Instituto, oferece cursos ao setor para capacitar profissionais de forma continuada, sistêmica e inovadora, transformando conhecimento em resultado para os negócios.

A gerente da UnIBP, Karen Cubas, destacou a importância do evento para a formação de conhecimento local. “O workshop foi bom porque tivemos contato com UFS para trazer cursos presenciais e fazer intercâmbio de conhecimentos com professores de Sergipe, para atender a necessidade da indústria e ajudar Sergipe na formação de pessoas qualificadas, conhecendo o que é a indústria de petróleo e gás”, completa Karen.

Também estiveram presentes ao workshop “Diálogos de Energia”, as empresas associadas Carmo Energy e Halliburton.