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Ibovespa cai 0,37%, no menor nível desde 3 de julho

O Ibovespa fechou aos 125.954,09 pontos, com giro a R$ 17,5 bilhões. Na semana, recua 1,30%, sustentando ganho de 1,65% no mês – no ano, cai 6,13%.

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26 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Ibovespa cai 0,37%, no menor nível desde 3 de julho
Na B3, o desempenho de Petrobras (ON -0,42%, PN -0,13%) e dos grandes bancos (Santander Unit -2,43%, Bradesco PN -1,59%, Itaú PN -0,44%) prevaleceu

O Ibovespa acentuou um pouco as perdas à tarde, encerrando abaixo do limiar de 126 mil, no menor nível desde 3 de julho, então a 125,6 mil pontos. Nesta quinta-feira, o Ibovespa, oscilou em margem relativamente mais ampla do que a do dia anterior, entre mínima de 125.626,28 e máxima de 126.422,73, correspondente à abertura. E fechou em baixa de 0,37%, a 125.954,09 pontos, com giro a R$ 17,5 bilhões. Na semana, recua 1,30%, sustentando ganho de 1,65% no mês – no ano, cai 6,13%.

Na B3, o desempenho de Petrobras (ON -0,42%, PN -0,13%) e dos grandes bancos (Santander Unit -2,43%, Bradesco PN -1,59%, Itaú PN -0,44%) prevaleceu sobre o avanço do setor metálico, com exceção de CSN (ON -0,25%) e de Vale (-0,05%), à espera do balanço do segundo trimestre da mineradora, nesta noite. No segmento metálico, destaque para Gerdau (PN +2,06%) e Usiminas (PNA +2,10%) no encerramento. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Lwsa (+3,01%), Lojas Renner (+2,41%), além de Usiminas e Gerdau. No lado oposto, Vamos (-3,55%), Carrefour (-2,92%), PetroReconcavo (-2,82%), Sabesp (-2,78%) e Arezzo (-2,51%).

Foi a terceira perda consecutiva para o índice da B3, algo não visto desde a transição de maio para junho, há quase dois meses. Desde que foi interrompida a série de 11 ganhos diários, em 16 de julho, foram oito sessões, com seis perdas e apenas dois avanços, ambos sutis: +0,26%, no dia 17, e +0,19%, na última segunda-feira. No mesmo intervalo, houve duas quedas mais agudas, nos dias 18 (-1,39%) e 23, anteontem (-0,99%). Assim, em relação ao pico mais recente, de 17 de julho, a 129.450 pontos no fechamento, o Ibovespa retrocede quase 3,5 mil pontos.

Na agenda doméstica desta quinta-feira, destaque para o IPCA-15, a prévia da inflação oficial de julho. A leitura preliminar, a 0,30%, foi a maior para o mês desde 2021, então a 0,72%. E fez a taxa acumulada em 12 meses acelerar de 4,06% em junho para 4,45% em julho, conforme divulgou o IBGE. Em julho de 2023, o IPCA-15 tinha registrado queda de 0,07% e, em julho de 2022, houve alta de 0,13%.

Dólar

Após dois pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização de 1,54%, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 25, em queda de 0,15%, cotado a R$ 5,6478. Segundo operadores, houve um movimento de ajustes amparado pela diminuição de aversão ao risco no exterior, após a leitura do PIB dos EUA no segundo trimestre sugerir pouso suave da economia americana. Houve ainda relatos de entrada de exportadores, aproveitando o fato de a divisa ter se aproximado de R$ 5,70 na abertura, quanto tocou R$ 5,6904.

A cautela com o quadro fiscal doméstico e com a dinâmica inflacionária, em dia de IPCA-15 acima do esperado, continua, porém, permeando os negócios. Não por acaso o dólar reduziu o ritmo nas duas últimas horas de sessão, afastando-se da mínima (R$ 5,6195) registrada no início da tarde, após o Broadcast informar que a equipe econômica admite que não é possível bancar o aperto de R$ 25 bilhões no Orçamento de 2025 caso não haja compensação da desoneração da folha de pagamentos.

No exterior, o índice DXY – termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou entre ligeira queda e estabilidade, abaixo da linha dos 104,400 pontos no fim da tarde. O iene perdeu força hoje, o que pode ter contribuído para a recuperação da moeda brasileira. A depreciação do real nos últimos dias esteve ligada ao fortalecimento da divisa japonesa, que levou a desmonte das chamadas operações de carry trade com moedas de países de juros altos.

Juros

Os juros futuros cumpriram trajetória de alta nesta quinta-feira, pela terceira sessão consecutiva. A queda do dólar não conseguiu produzir alívio nos prêmios de risco, inicialmente em função do IPCA-15 de julho acima da mediana das estimativas e depois pelo aumento do risco fiscal, dada a possibilidade de o corte de R$ 25 bilhões no Orçamento de 2025 subir no telhado. Com isso, cresceram as apostas num aperto da Selic no Copom da semana que vem e mais ainda nos próximos meses, já voltando aos 100 pontos-base para o fim de 2024.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,785%, de 10,683% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subia de 11,59% para 11,77%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 12,03% (de 11,84%) e o DI para janeiro de 2029, taxa de 12,23% (de 12,13%)

As taxas de curto e médio prazo foram as que mais subiram, refletindo a percepção de que a política monetária terá de ser firme para enfrentar o cenário desafiador que se desenha para a inflação. Cálculos do Banco Bmg mostram que para o Copom de julho a chance de alta de 25 pontos-base para a Selic subiu para 24%, de 16% ontem, e para o fim de 2024 saltou de 11,35% para 11,36%.